Washington - Os Estados Unidos apelaram hoje à transparência e ao fim da violência na República Centro Africana (RCA), depois de a Rússia ter enviado 300 instrutores militares para o país, afectado por ataques rebeldes em véspera de eleições, noticiou a Lusa.
"A nossa posição sempre foi que os países que prestam assistência, militar ou outra, devem fazê-lo de forma transparente e coordenada, para que essa assistência venha a apoiar o desejo de boa governação e de estabilidade do povo centro-africano", disse um porta-voz do departamento de Estado norte-americano, citado pela AFP, a propósito do papel de Moscovo no país.
A diplomacia americana disse que "deplora" o aumento da violência antes das eleições do próximo fim de semana, nomeadamente a tomada pelos rebeldes de Bambari, a quarta maior cidade do país, devastado pela guerra civil. A cidade foi, entretanto, retomada pelas autoridades, segundo a ONU.
"Apelamos a todas as partes para que cessem as hostilidades e garantam que o povo centro-africano possa exercer o seu direito de participar em eleições pacíficas a 27 de Dezembro", acrescentou o porta-voz.
Grupos armados, que ocupam mais de dois terços do país, lançaram uma ofensiva, a poucos dias das eleições presidenciais de domingo, nas quais o favorito é o atual Presidente, Faustin-Archange Touadéra.
A coligação de grupos armados rebeldes que tem liderado os ataques nos últimos dias declarou na quarta-feira um cessar-fogo no país, exigindo a suspensão das eleições presidenciais e legislativas de domingo.
O Presidente Touadéra recebeu nos últimos dias reforços militares do Ruanda e da Rússia, que anunciou na terça-feira que tinha enviado 300 instrutores militares adicionais.
Guardas privados, empregados por empresas de segurança russas, já estão a fazer protecção ao Presidente.