Niamey - O Presidente do Níger considerou hoje (segunda-feira) a cooperação militar com a Alemanha como "um modelo" a seguir por outros parceiros do seu país, após uma reunião em Niamey com o chanceler alemão, Olaf Scholz.
Para a missão "Gazelle", de treino de forças especiais no oeste do Níger, "a Alemanha fez grandes investimentos em infraestrutura, construção de aeródromos, edifícios e fornece treino de alta qualidade, que é apreciado de maneira muito singular pelo nosso exército", afirmou Mohamed Bazoum, durante uma conferência de imprensa conjunta com Olaf Scholz.
"Gostaria de parabenizá-lo pelo trabalho que fizemos juntos e que agora será um modelo para o qual orientaremos todos os nossos outros parceiros", acrescentou.
O chefe de Estado do Níger pretende que haja um prolongamento da missão "Gazelle", que termina no final de 2022.
Olaf Scholz indicou que o parlamento alemão "já deu luz verde para uma prorrogação". "Temos de ver quais são as perspetivas para o futuro e quais são os pormenores [da continuação] desta cooperação", acrescentou, considerando, no entanto, "que o sucesso alcançado até agora já é realmente uma boa motivação para continuar".
O chanceler alemão visitou hoje de manhã os miliares alemães que se encontram no país no âmbito da "Gazelle", na região de Tahoua (oeste), e afirmou ter conseguido ver "o quão bem-sucedido realmente é" o seu trabalho.
Olaf Scholz considerou que "a situação de segurança no Sahel é muito difícil" e que "é necessária uma cooperação realmente boa para garantir a segurança na região".
Mas realçou também que o seu país está disposto a "continuar a dar" a sua "contribuição" à Missão das Nações Unidas no Mali (Minusma).
Segundo o chanceler alemão, "é claro que esta situação [de segurança] não melhorará com a presença de mercenários russos no Mali". Pelo contrário, disse: "É ainda mais importante ter uma cooperação muito boa aqui [no Níger] com vocês".
Vários países da região do Sahel, Mali, Níger e Burkina Faso, são confrontados com as atividades mortíferas de grupos terroristas ligados à Al-Qaida e ao Estado Islâmico, que também ameaçam desestabilizar vários países do golfo da Guiné, mais ao sul.
Depois do Senegal e do Níger, o chanceler alemão deverá seguir para a África do Sul, onde é esperado hoje à noite.