Cartum - Milhares de civis estão encurralados pelos violentos combates em Al Fasher, no Sudão, onde o único hospital em funções tem sofrido ataques contínuos e os materiais médicos estão a escassear, alertou hoje o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
Num comunicado de imprensa, citado pelo site Notícias ao Minuto, o CICV alerta que apesar dos inúmeros esforços ainda não se conseguiu levar ajuda humanitária para a cidade de Al Fasher.
O CICV apelou às partes em conflito para que respeitem as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional e facilitem o acesso à assistência humanitária, que pode salvar vidas.
"As principais rotas de abastecimento em torno de Al Fasher permanecem inacessíveis e os camiões humanitários e comerciais não podem transportar bens de primeira necessidade, como alimentos e material médico", lamentou.
Ao mesmo tempo, centenas de milhares de pessoas deslocadas, que perderam os seus meios de subsistência e o acesso a terrenos agrícolas em locais como o campo de Zam Zam, passam fome, uma vez que a escassez de alimentos está a tornar-se crítica, alertou.
O comité pediu também que sejam abertas mais rotas de abastecimento, para que se garanta a entrada, segura e desimpedida, de assistência humanitária e de circulação de bens essenciais.
A organização não-governamental (ONG) congratulou ainda a decisão das autoridades sudanesas em reabrir a passagem de Adre, na fronteira com o Tchad, durante três meses, para facilitar a entrega de ajuda humanitária na região do Darfur.
A guerra no Sudão, que teve início em Abril de 2023, já causou entre 30 mil e 150 mil mortos, segundo diferentes estimativas, e uma das maiores crises de deslocados do planeta. JM