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Mecanização agrícola sustentável em África aquém do esperado

     África              
  • Luanda • Segunda, 24 Junho de 2024 | 15h02
Comissária da União Africana, Josefa Sacko
Comissária da União Africana, Josefa Sacko
Dr

Adis Abeba - A utilização da mecanização agrícola sustentável no continente, em geral, em especial a sul do Saara, está a um nível muito baixo em comparação com outros regiões, releva o relatório bienal do programa compreensivo de desenvolvimento da agricultura de África a que a ANGOP teve hoje acesso.

De acordo com o informe estima-se que cerca de 65% da força agrícola ainda é fornecida pelos músculos humanos e o restante pelos animais de tracção 25% e pela potência do motor, que contribui apenas com cerca de 10%.

 A tendência actual mostra que os jovens estão a migrar das zonas rurais para as zonas urbanas em busca de oportunidades mais verdes, deixando assim os idosos, sobretudo mulheres e crianças, a cuidar das explorações agrícolas.

“ É por estas razões que uma das resoluções do compromissos da declaração de Malabo de 2014 identifica a mecanização agrícola como um factor-chave para atingir o objectivo de duplicar os níveis de produtividade agrícola até 2025 e acelerar o crescimento económico e acabar com a fome”, lê -se no documento.

Especificamente, a resolução apela à criação e ao reforço de políticas, instituições e sistemas de apoio adequados para facilitar "a mecanização e o fornecimento de energia adequados, fiáveis e acessíveis", ressalta o documento.

Neste aspecto, a mecanização agrícola sustentável em África é vista como um pilar indispensável para atingir o compromisso de acabar com a fome até 2025, como consta da declaração de Malabo, e até 2030, como consta nds objectivos de desenvolvimento sustentável da Agenda2063.

No tocante às realizações e progressos na promoção da mecanização agrícola em África,na sequência do lançamento do Quadro sobre Mecanização Agrícola Sustentável (QMASA) desenvolvido conjuntamente pela Comissão da União Africana( CUA) e pela Organização das Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em Outubro de 2018, houve um esforço para operacionalizar este quadro através da implementação de várias actividades.

Destaca o relatório que oito estados membros (Benim, tchad, Ghana, Libéria, Mali, Serra Leoa, Togo e Zâmbia) foram apoiados pela FAO para formular ou rever estratégias nacionais de mecanização agrícola sustentável com base no QMASA . Além disso, três países, concretamente a Etiópia, o Quénia e o Uganda, reviram as suas estratégias nacionais de mecanização agrícola utilizando outros recursos.

A FAO encomendou um estudo, que foi implementado pela Rede ACT, intitulado "Desenvolvimento de Orientações para o Investimento (D4I) na Mecanização Agrícola Sustentável em África em 2021/22.

Este estudo implicou a realização de uma análise das condições sociais, económicas, institucionais e ambientais interligadas para identificar os pontos de entrada necessários para alavancar os investimentos neste sector ao longo de toda a cadeia de valor agro-alimentar, em conformidade com o QMASA da CUA-FAO e os planos nacionais de investimento agrícola.

O estudo foi realizado em países africanos seleccionados (Benim, Camarões, Etiópia, Ghana, Quénia, Tanzânia, Nigéria e Zâmbia) e identificou seis áreas prioritárias de investimento: Reforço da mecanização e desenvolvimento de cadeias de valor agrícolas, reforço da mecanização da agricultura inteligente em termos climáticos e reforço da capacidade de mecanização agrícola.

Consta também a melhoria da gestão do conhecimento sobre mecanização agrícola, melhoria da medição do desempenho da mecanização agrícola e estabelecimento de um ambiente propício à mecanização e financiamento inovador.

De acordo com o relatório bienal, os investimentos na mecanização agrícola ao longo da cadeia de valor alimentar são urgentemente necessários para permitir que os intervenientes aumentem a sua produtividade e a prosperidade das comunidades, renovando simultaneamente a atractividade do sector agrícola para a juventude rural com a introdução de novos empregos e tecnologias. ADR





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