Cidade da Praia - Cabo Verde precisa mobilizar 3,1 mil milhões de euros (1 euro equivale a Kz 949,98) em 26 anos para implementar as medidas da estratégia de baixas emissões de gases com efeito de estufa, disse hoje o ministro do Ambiente, durante a apresentação do documento.
"Estamos a falar de uma visão comum, que tem de ser construída", disse aos jornalistas Gilberto Silva, indicando que o Governo está a mobilizar a "máxima participação" das instituições e da sociedade civil, para ter um documento "o mais consensual possível".
Segundo o também ministro da Agricultura, as medidas vão "tocar" em todas os sectores que têm a ver com a emissão de gases com efeito de estufa, esperando um "aumento considerável" das energias renováveis e da eficiência energética e adaptação do sistema agro-alimentar.
Mobilidade eléctrica nos transportes, captação de água, conservação dos sistemas marinhos e terrestres e florestação são outras das muitas medidas que o país já está a implementar para reduzir as emissões de carbono.
Na sua intervenção, na cerimónia de apresentação do documento, o ministro afirmou que o país precisa mobilizar 3,1 mil milhões de euros nos próximos 26 anos para implementar as medidas constantes na estratégia.
Gilberto Silva lembrou que o documento decorre dos compromissos do Acordo de Paris de 2016 e do facto de Cabo Verde ter aderido à neutralidade carbónica, em 2017, meta que espera atingir em 2050, ou seja, emitir a mesma quantidade de carbono que absorve.
A Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) define que o país deve reduzir a emissão dos gases com efeitos de estufa em 18% até 2030, em relação às emissões actuais, que é de 0,02% do total global.
Depois da recolha de contribuições, a Estratégia de Desenvolvimento a Longo Prazo com Baixas Emissões de Gases com efeito de estufa vai ser apresentada ao Governo para aprovação.
Posteriormente, vai ser submetido, também para aprovação, ao secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, para entrar em vigor no arquipélago.
Até agora, 73 países já submeteram os seus documentos a essa instância da ONU. JM