Praia – A ilha cabo-verdiana da Boa Vista proibiu o abate de suínos, sem autorização, depois de confirmados laboratorialmente sete casos de Peste Suína Africana (PSA).
A Câmara Municipal da Boa Vista decidiu igualmente implementar medidas sanitárias para evitar que o foco se espalhe a outras ilhas do arquipélago, apurou a PANA segunda-feira de fonte oficial.
Em comunicado, a autarquia boa-vistense refere que os casos confirmados com anticorpos de PSA resultaram das 31 amostras suspeitas enviadas para análise no laboratório veterinário da Direcção de Serviço da Pecuária cabo-verdiano.
Este foco de PSA foi detectado em explorações suinícolas localizadas na Zona Industrial da cidade de Sal-Rei, tendo as autoridades locais avançado com a implementação de medidas sanitárias, envolvendo a Câmara da Boa Vista, o Ministério da Agricultura e Ambiente, a Delegacia de Saúde e a Polícia Nacional, "em prol da defesa da Saúde Pública".
O comunicado da autarquia acrescenta que ficam "totalmente proibidas" actividades como o abate de suínos "sem a devida autorização", a circulação de suínos entre localidades daquela ilha e para outras ilhas, incluindo produtos derivados.
No comunicado é feito ainda apelo para a colaboração da população para não adquirir ou consumir carne de porco sem o certificado de salubridade emitido pela autoridade veterinária local "e, em circunstância alguma, consumir carne de porco de origem duvidosa".
A PSA é uma doença altamente contagiosa, causada por um vírus composto por DNA fita dupla, pertencente à família Asfarviridae.
A doença não acomete o homem, sendo exclusiva de suínos domésticos e asselvajados (javalis e cruzamentos com suínos domésticos).
Tem sido observada desde o início do século 20, no sul e leste africanos, e inicialmente era caracterizada pelos aspectos clínico-patológicos semelhantes à peste suína clássica (PSC).
No entanto, posteriormente foi observado que as duas enfermidades são distintas.
A suspeita inicial da enfermidade baseia-se principalmente na observação dos sinais clínicos de doença hemorrágica. Porém, o uso de técnicas laboratoriais, como as moleculares, é imprescindível para a confirmação do diagnóstico.
A PSA é uma doença de notificação obrigatória aos órgãos oficiais nacionais e internacionais de controlo de saúde animal, com potencial para rápida disseminação e com significativas consequências socioeconómicas.
Não existe vacina ou tratamento contra a PSA.