Benguela – Pouco mais de dez mil milhões de kwanzas é o valor da dívida dos clientes à Empresa Provincial de Água e Saneamento de Benguela (EPASB), anunciou, nesta cidade, o Presidente do seu Conselho de Administração, Paulo Jorge.
Falando à Rádio Benguela, Paulo Jorge esclareceu que a falta deste montante influencia negativamente no processo de produção da empresa.
"Existe um déficit entre os custos de produção e as receitas que recebemos", afirmou.
Fez uma comparação entre a facturação e a cobrança, realçando que a empresa beneficia apenas de 67 por cento, equivalente a cerca de 270 milhões de kwanzas por mês.
Disse, por outro lado, que a EPASB também tem uma dívida de 7.6 mil milhões de kwanzas com os seus fornecedores e de 4.5 mil milhões de Kz referentes ao pagamento à Segurança Social, bem como impostos à Administração Geral Tributária, um passivo herdado das extintas Empresas de Água e Saneamento do Lobito e de Benguela.
Fez questão de lembrar que a província não recebe nenhum investimento de vulto neste sector desde 2013, e o crescimento demográfico fez diminuir a capacidade de produção.
"Temos dificuldade em comprar peças de reposição, tendo em conta que o custo de produção é elevado", explicou.
O equipamento para o abastecimento de água é feito por encomenda no exterior do país.
Em função disso, acrescentou, "quanto mais o tempo passa, o equipamento vai se degradando e haverá menos capacidade para responder às necessidades da população”.
Daí que as cobranças têm diminuído consideravelmente e ficamos impossibilitados de cobrir as despesas, lamentou.
Segundo ele, nos bairros onde não jorra água, a empresa não pode cobrar.
Disse, no entanto, que com a conclusão das obras das infra-estruturas integradas, haverá maior capacidade de distribuição e também melhoria nas receitas da empresa.
Neste momento, a produção nominal é de 1.5 metros cúbicos por segundo e a previsão é de chegar aos 3.5 m3/s, o que daria para cobrir as três centralidades, nomeadamente a do Lobito, a do Luhongo (Catumbela) e a da Baía Farta, segundo o PCA.
"O investimento já está activo, implica dizer que este ano, as coisas vão acontecer", afirmou o Paulo Jorge. TC/CRB