Luanda - O Ministério da Saúde (MINSA) apelou à população a adoptar comportamentos preventivos para evitar casos de intoxicação alimentar, com indícios similares à “doença de Konzo”, que causou dois óbitos.
O facto vem expresso num comunicado de imprensa desta instituição, que a ANGOP teve acesso nesta quarta-feira, sem, no entanto, especificar a data e local exactos em que as mortes por intoxicação ocorreram.
O MINSA define a intoxicação alimentar, com indícios similares à “doença de Konzo”, como uma patologia que afecta as estruturas responsáveis pela força muscular do organismo (os neurônios do trato cortico-espinal).
De carácter permanente e início abrupto, realça o documento, a intoxicação ocorre devido à ingestão de substâncias químicas presentes em pesticidas, insecticidas ou por compostos cianogénicos (cianeto) encontrados na mandioca e folhas de mandioqueira.
A nota menciona ainda que o mesmo se manifesta através de dores abdominais, vómitos, cefaleia (dor de cabeça intensa), vertiges, alteração da fala, dificuldade e desequilíbrio na locomoção.
Assim sendo, o MINSA apela à toda população, no sentido de adoptar comportamentos preventivos, enquanto durar essa situação de crise.
Nesta adopção, consta que as pessoas devem evitar o consumo de comidas cruas, nomeadamente, mandioca, ginguba, batata rena ou doce.
Refere ainda que estes alimentos devem ser lavados em água quente antes de cozer ou fritar e só depois consumí-los.
“A mandioca a consumir assada, cozida ou frita deve ser fervida em água em ebulição por, no mínimo, 50 minutos, para a crueira (ou bombó para farinha, fuba ou outros fins) deve passar em, pelo menos, três águas antes de pôr a secar”, esclarece o documento .
Menciona igualmente que a água residual da preparação da mandioca para crueira não deve ser reutilizada para a fabricação de “kissângwa” ou “quimbombo”, para consumo caseiro, mas descartada.
No geral, todas as hortaliças consumidas cruas, devem ser antes cuidadosamente lavadas com água fervida ou tratada com cinco gotas de lixívia por litro, bem como se lavar cuidadosamente as mãos com água e sabão antes de preparar as refeições e antes de ingerir alimentos.
O Departamento ministerial, alerta também para um maior cuidado em relação às crianças, pois elas revelam-se mais vulneráveis aos efeitos nocivos da intoxicação alimentar.
O MINSA reitera o seu compromisso com a preservação da saúde e bem-estar das populações e manifesta total disponibilidade para manter a sociedade informada sobre os desenvolvimentos posteriores das pesquisas ora em curso .
Apela a calma e serenidade de toda a população e reitera o seu engajamento e determinação para eliminar os agentes causadores da patologia . EVC/SEC