Benguela – Pacientes com doenças como a esclerose múltipla já podem ser assistidos em melhores condições no Hospital Geral de Benguela (HGB), depois da abertura, esta terça-feira, de um centro especializado em tratamento de patologias complexas, apurou a ANGOP.
Ao todo, são 48 camas para internamento nesta unidade de medicina dedicada à investigação, diagnóstico e tratamento de doenças complexas, incluindo as do foro cardiovascular, gastrointestinal e tumor, o que vai reduzir não só as complicações associadas a essas enfermidades, como o envio de pacientes para Luanda.
A propósito da abertura da unidade, testemunhada pelo governador provincial de Benguela, Luís Nunes, o director do Gabinete de Saúde, António Cabinda, disse que o centro vai prestar cuidados de saúde especializados, com o apoio de uma equipa multidisciplinar, composta por professores das diversas áreas clínicas.
“Antes da abertura desta unidade, os casos complexos eram enviados para Luanda e outros ficavam distribuídos pelas distintas áreas de internamento desta unidade hospitalar”, lembra, ressaltando que, a partir de agora, estão asseguradas melhores condições de atendimento e tratamento desses pacientes numa mesma unidade.
Segundo ele, o centro vai assistir aqueles doentes cujo problema de saúde, muitas das vezes, leva semanas ou meses para ser diagnosticado, requerendo muita investigação dada a sua complexidade e, por isso, nem sempre são fáceis de serem seguidos e tratados.
No entanto, anunciou estar em curso um amplo processo de melhoria gradual de todas as áreas do Hospital Geral de Benguela, incluindo o bloco operatório da maternidade, a unidade de cuidados intensivos (UCI) e o serviço de urgência, num orçamento de dois milhões e meio de dólares que, segundo ele, faz sentido na estratégia de posicionar o hospital como unidade de referência.
E adiantou que estas obras de requalificação das infra-estruturas e equipamentos do HGB resulta do “remanejamento” do montante de dois milhões e meio de dólares que o Executivo previa destinar para a construção de um hospital de campanha da Covid-19 no litoral da província de Benguela.
Com isso, referiu, o Hospital Geral de Benguela, por ser a unidade hospitalar de referência na região, entrou em fase progressiva de melhoria das infra-estruturas e o centro para doenças complexas é, para já, a unidade-piloto daquilo que será o hospital, inclusive em termos de atendimento e humanização.
Corpo clínico satisfeito
Também o director do Hospital Geral de Benguela, Benedito Quinta, não escondeu a sua satisfação com a entrada em funcionamento da unidade, que, como notou, veio colmatar a falta de condições quer de acomodação dos pacientes, quer para os médicos desenvolverem um trabalho com a qualidade exigida, no âmbito da investigação de doenças complexas.
Benedito Quinta, médico-cirurgião, adianta que os pacientes acometidos por Covid-19 também vão ser atendidos nesta unidade, tal como aqueles com doenças renais, cardiovasculares, gastrointestinais, tumores e outras com complexidade no diagnóstico e tratamento.
“Por aqui vão passar vários perfis de pacientes com condições complexas e conseguimos ter um espaço para fazer o estudo desses pacientes em melhores condições do que fazíamos anteriormente”, finalizou.
Ainda a nível de investimento, o serviço de neurocirurgia e otorrinolaringologia do Hospital Geral de Benguela está completamente requalificado, oferecendo agora 24 camas para o internamento dos doentes, inclusive os de oftalmologia, com condições de elevada qualidade.
Com uma capacidade de internamento de 670 leitos, a referida unidade hospitalar atende, em média, mais de 400 pacientes nas urgências de adultos, pediatria e maternidade. Já nas consultas externas são assistidos diariamente 1.200 doentes, sendo a malária a doença mais frequente.