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Projectos fotovoltaicos levam energia a mais de nove milhões de angolanos

     Política              
  • Benguela • Quarta, 20 Julho de 2022 | 19h35
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Painéis solares (Foto ilustração)
Painéis solares (Foto ilustração)
Cedida
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Ministro da Energia e Água, João Baptista Borges
Ministro da Energia e Água, João Baptista Borges
Valentino Yequenha

Benguela – Mais de nove milhões de pessoas, sobretudo em zonas rurais, poderão ter acesso a energia eléctrica barata e limpa, nos próximos cinco anos, com a expansão dos projectos solares fotovoltaicos no país, anunciou, esta quarta-feira, o ministro da Energia e Águas.

João Baptista Borges falava em Benguela, durante a cerimónia de inauguração do parque solar do Biópio, que passa a ser a maior central fotovoltaica do país, com 509 mil e 40 painéis instalados, num total de 188, 8 Megawatts de potência.

Segundo o ministro, para o próximo quinquénio, o Executivo aprovou e já contratou obras que levarão energia a mais de nove milhões de pessoas, em 11 províncias: Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico (Leste), Huíla, Cuando Cubando, Cunene e Namibe (Sul), Luanda, Cabinda e Malanje (Norte) e no Bié, Centro do país.

Assim, está assegurado um novo pacote de financiamento de mais de três mil milhões de dólares, que servirá para instalar um conjunto de painéis fotovoltaicos com armazenamento em baterias em 113 localidades, sedes municipais e comunais, incluindo redes de distribuição, iluminação pública e 967 mil novas ligações.

De igual modo, acrescentou que o plano inclui ainda a instalação de 448 sistemas rurais de abastecimento de água na parte Sul de Angola.

Adicionalmente, disse que será feita a electrificação por extensão da rede eléctrica nacional em outras 12 localidades e a expansão da rede de distribuição existente em outras cinco áreas, que serão a periferia das grandes cidades.

Projectos de grande dimensão avançam

Relativamente aos projectos fotovoltaicos de grande dimensão, como o do Biópio, anunciou a construção de três parques solares, que visam acrescentar mais 594 de MW de energia renovável à matriz energética do país, nomeadamente nas províncias de Malanje (400 MW), Cabinda (90 MW) e Luanda, com 104 MW.

Contudo, referiu que a estratégia contempla, igualmente, a distribuição de 152 mil e 458 sistemas solares individuais, que beneficiarão mais de 762 mil pessoas.

Para ele, este avultado investimento (mais de três mil milhões de dólares) soma-se aos cerca de 540 milhões de dólares despendidos nos sete parques em construção.

Daí ter destacado que este projecto, cujo consórcio empreiteiro é constituído pelas empresas MCA e Sun Africa, conta com vários financiadores, como a Agência de Promoção de Exportações da Suécia (SEK), Coreia do Sul e África do Sul, sendo que o sindicato bancário é liderado por um banco europeu.

Deu ainda conta de que os parques solares da Baía Farta e do Biópio integram um conjunto de sete parques com uma capacidade global de 370 MW, prevendo-se que os do Luena, Lucapa e Saurimo sejam concluídos até 2023, enquanto os do Cuito e Bailundo apenas em 2024

Quanto às metas do governo, João Baptista Borges considera essencial o investimento neste tipo de infra-estrutura, tendo em vista uma energia mais barata e mais acessível à população, promovendo a universalização do acesso à electricidade.

Aliás, notou, a substituição da energia térmica por solar representa uma poupança de 275 milhões de litros de diesel (gasóleo) ano, para os cofres do Estado.  

Outro desiderato da transição energética é a descarbonização do sector económico, tendo em conta o Compromisso Global do qual o país é aderente, de manter o aumento do aquecimento global abaixo de 1.5 graus Celsius, como afirmou.

Com a entrada em operação destes dois parques, a proporção da capacidade renovável passa dos 60 para os 65 porcento, recordando que a meta definida pelo Presidente da República, João Lourenço, em Glasgow, é atingir os 72 porcento até 2025, ampliando o peso das renováveis na matriz energética.

Por outro lado, realçou a mitigação do impacto da estiagem prolongada no reservatório das grandes barragens, como Laúca, Capanda e Gove, na medida em que durante o dia será feita uma gestão mais flexível das unidades geradoras nas hidroelétricas.

Com a exploração desses parques, Angola vai reduzir anualmente a emissão de cerca de 935 mil toneladas de carbono.





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