Europa - O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças alertou hoje que mais 6.000 pessoas ainda morrem por semana na União Europeia devido à covid-19, numa altura de subida de casos perante novas variantes.
"Desde a última semana, a tendência de notificação de casos, que estava a diminuir nas últimas semanas, está agora a aumentar novamente, embora as políticas de testes sejam agora tão diferentes que é muito difícil fazer uma avaliação real", declarou a diretora do ECDC, Andrea Ammon, numa audição na comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar do Parlamento Europeu.
Vincando que "o lado bom é que a taxa de mortalidade continua a diminuir", a responsável lamentou que "ainda são mais de 6.000 pessoas que morrem por semana na UE por causa da covid-19".
De acordo com Andrea Ammon, "também a ocupação da unidade de cuidados intensivos e os indicadores continuam a ser relativamente baixos".
Fazendo uma estimativa sobre as próximas semanas, a directora do ECDC assinalou que "muitos países da UE e do EEE [Espaço Económico Europeu] têm ou estão a aproximar-se de níveis elevados de imunidade da população para doenças graves através de vacinação ou infeção natural".
"A trajectória futura da pandemia de covid-19 será afetada por vários fatores, entre eles a duração desta imunidade, a protecção cruzada [com vacina e imunidade natural] e o aparecimento de novas variantes e [...] prevemos que a situação epidemiológica continue a flutuar e que continuarão a surgir variantes", vincou Andrea Ammon, pedindo que os países europeus mantenham "elevados níveis de prontidão nos sistemas de saúde para lidar com os surtos".
A incidência de novos casos de coronavírus em 14 dias voltou a subir na Europa, após várias semanas de declínio sustentado, informou o ECDC na passada sexta-feira.
Segundo o ECDC, a subida foi de 4,6 por cento e a incidência atingiu os 1.565 casos por 100.000 habitantes (dados até 13 de março), valor que sobe para 9,1 por cento nos maiores de 65 anos. Há 14 países que registaram uma tendência ascendente, num contexto em que vários reduziram o número de testes.
O aumento da transmissão, principalmente em idosos, está a piorar os indicadores de gravidade: seis países relataram aumento na ocupação hospitalar e cinco na taxa de mortalidade.
"Em tempos de alta incidência, é provável que algumas pessoas sejam hospitalizadas ou morram com, e não de, covid-19. Os internamentos e a ocupação em Unidades de Cuidados Intensivos, que poderia dar um quadro mais preciso da gravidade, permanece em níveis relativamente baixos", alertou o ECDC na altura.
Nesse relatório, o ECDC adiantou que as previsões para as próximas duas semanas na UE e no EEE apontam para uma tendência crescente na incidência e uma tendência estável nos internamentos e óbitos.
Segundo dados desta agência europeia de aconselhamento aos países, 83,1 por cento da população com mais de 18 anos na UE/EEE recebeu o ciclo completo da vacina contra a covid-19 e 63 por cento já têm a dose de reforço.