Jerusalém - O partido Likud, do primeiro-ministro designado de Israel, Benjamim Netanyahu, assinou, este domingo, um acordo com o Noam, no qual cede àquele partido de extrema-direita, assumidamente homofóbico, poderes relacionados políticas migratórias, de cidadania e nacionalização.
De acordo com a agência de notícias Europa Press, este acordo é o segundo de cinco esperados para que Benjamin Netanyahu se torne no primeiro-ministro do governo mais à direita da história do Estado de Israel.
O Noam irá estabelecer a própria autoridade dentro do gabinete do primeiro-ministro, para "centrar-se na identidade judia nacional", que será dirigida pelo deputado único do partido, Avi Maoz, defensor do regresso das chamadas "terapias de conversão" da população homossexual, que será nomeado vice-ministro.
Avi Maoz será também responsável por organismos como o Nativ, que gere a imigração para Israel da antiga União Soviética.
O jornal Times of Israel recorda que vários partidos religiosos pediram o endurecimento das condições da chamada Lei do Retorno, que rege os direitos de imigração dos judeus, em particular a eliminação da chamada "cláusula do avô", que permite aos netos gentios de judeus obterem a cidadania.
O primeiro acordo, firmado na sexta-feira, prevê que o líder de extrema-direita Itamar Ben Gvir ocupe o cargo de ministro da Segurança Nacional no novo Governo de Israel, em pleno recrudescimento da tensão e violência entre israelitas e palestinianos.
O ex-primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, vencedor das legislativas de 01 de Novembro, foi nomeado em 13 de Novembro para formar um novo governo.
O bloco de direita de Benjamin Netanyahu e os aliados ultra-ortodoxos e de extrema-direita alcançaram a maioria nas legislativas (64 deputados num Parlamento com 120 lugares), face ao centrista Yair Lapid que obteve 54 parlamentares.
Trata-se do quinto acto eleitoral em menos de três anos em Israel, onde a divisão política é latente obrigando a coligação governativas.
O próximo executivo de Netanyahu, que já esteve à frente do governo entre 1996 e 1999 e entre 2009 e 2021, pode vir a ser o mais à direita da história do país.