Nova Iorque - A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, esta sexta-feira, a primeira resolução sobre a visão, instando os 193 países-membros a garantirem o acesso a cuidados oftalmológicos.
A decisão pretende dar resposta às mais de mil milhões de pessoas que enfrentam problemas de visão e que actualmente não têm acesso a tratamento.
Segundo o site “Notícias ao Minuto”, a resolução "Visão para todos", proposta por Bangladesh, Antígua e Barbuda e Irlanda, e apoiada por mais cem países, foi adoptada por consenso e destaca que o acesso a cuidados oftalmológicos é essencial para atingir os objectivos de desenvolvimento sustentável até 2030.
O documento - que não é vinculativo, mas demonstra "um compromisso inequívoco" global - encoraja os países a adoptar uma abordagem política aos cuidados oftalmológicos e apela a doadores e instituições internacionais que disponibilizem financiamentos específicos aos países em desenvolvimento para responder ao impacto crescente da perda de visão na economia e na sociedade.
"Globalmente, estima-se que as necessidades de cuidados oftalmológicos venham a aumentar substancialmente, com metade da população mundial a viver com alguma dificuldade visual até 2050", alertam as Nações Unidas.
Segundo a resolução, "pelo menos dois mil milhões de pessoas vivem com deficiências visuais ou cegueira e 1,1 mil milhões têm danos que podiam ter sido prevenidos ou que ainda não foram tratados".
A resolução foi apresentada por Rabab Fatima, embaixadora do Bangladesh nas Nações Unidas, que a considerou "uma oportunidade para mudar a vida de milhões" de pessoas.
Realçando que 90% dos 1,1 mil milhões de pessoas com problemas visuais vivem em países de baixo ou médio rendimento e que mais de metade dos cegos são mulheres e meninas, a embaixadora referiu que os custos da perda de visão para a economia global atingem os 350 mil milhões de euros em produtividade, a cada ano.