Jerusalém - O enviado das Nações Unidas para o processo de paz no Médio Oriente, Tor Wennesland, condenou hoje (quarta-feira) o ataque com faca em Beer Sheva (sul), principal cidade do deserto de Neguev, que matou quatro pessoas.
"Condeno veementemente o assassínio de quatro civis israelitas, incluindo duas mulheres, bem como vários feridos, num ataque de atropelamento e esfaqueamento que ocorreu esta tarde", disse o representante da ONU num comunicado, transmitindo as "mais sinceras condolências às famílias das vítimas".
De acordo com Tor Wennesland, "não há justificação para a violência ou para o terrorismo".
Não há nada "de heróico na matança de civis e nenhuma desculpa para elogiar acções" como o ataque de hoje, que "deveria ser condenado por todos", considerou.
O enviado da ONU disse que também está "cada vez mais alarmado com a violência contínua no território palestiniano ocupado e em Israel", e lamentou que o ataque de hoje tenha sido "o sétimo com uma faca contra israelitas" que acontece em Março.
"Esses incidentes trágicos apenas destacam a volatilidade da situação e a necessidade urgente de todos os líderes trabalharem juntos" para evitar outra "espiral de violência" no conflito israelo-palestiniano, acrescentou.
As declarações de Tor Wennesland surgem horas após um cidadão ter atacado várias pessoas com uma faca e um carro. O agressor foi abatido por disparos de um motorista de autocarro que passava pela zona, que também acabou por morrer devido aos ferimentos pouco depois, segundo a imprensa local.
O primeiro-ministro israelita, Naftali Benet, também condenou o ataque e transmitiu as condolências às famílias das vítimas, enquanto a polícia e o Serviço de Inteligência Interna, Shin Bet, continuam a investigar as circunstâncias da ocorrência.
As forças de segurança "aumentaram o estado de alerta" em todo país "para evitar ataques similares", disse o comissário-geral da polícia, Kobi Shabtai.
Inicialmente, os socorristas israelitas adiantaram três mortes.
Um homem chegou a uma zona comercial da cidade e feriu civis com uma faca, afirmou a polícia israelita em comunicado, acrescentando suspeitar de "acto terrorista".
Segundo a polícia, o suspeito esfaqueou uma mulher num posto de combustível, depois atropelou um ciclista antes de seguir para um centro comercial, onde saiu do carro para esfaquear um homem e uma mulher.
O agressor, identificado como Mohamed Abu al Kian, era um árabe beduíno que cumpriu vários anos de prisão e foi libertado há menos de três anos.
De acordo com a imprensa local, em 2016, Mohamed Abu al Kian assinou um acordo de confissão e foi condenado por tentar chegar à Síria para se juntar ao grupo extremista 'jihadista' Estado Islâmico.