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Novas medidas do CPM insuficientes para travar inflação - especialistas

     Economia              
  • Luanda • Terça, 30 Janeiro de 2024 | 08h59

Luanda – Os especialistas nacionais em Economia e Finanças entendem que as últimas medidas adoptadas pelo Comité de Política Monetária (CPM) são insuficientes para conter a inflação e melhorar o ambiente macroeconómico do país, durante o exercício de 2024.

A propósito das deliberações da primeira reunião do ano do CPM, órgão consultivo do Banco Nacional de Angola (BNA), o Jornal de Angola, neste final de semana, entrevistou docentes universitários e analistas económicos sobre o alcance das decisões tomadas e o seu impacto na melhoria do ambiente macroeconómico no mercado nacional.

Na visão do gestor financeiro, Félix Sikito, para se fazer correcções macroeconómicas são necessárias medidas contrárias ao entendimento comum, mas funcional, de acordo à política monetária, com o fito de garantir o bem-estar social ou das famílias.

Conforme o especialista, os critérios económicos ajudam o mercado a reajustar os preços dos produtos, porém, importa referir que a taxa de referência é determinada pela rentabilidade e juros de poupança, bem como financiamentos, por isso, deve-se corrigir o saldo do devedor de empréstimos e financiamentos imobiliários.

O aumento das reservas obrigatórias em 20 por cento, em moeda nacional, para controlar a inflação e garantir o poder de compra, segundo Félix Sikito, tem implicação macroeconómica em curto prazo, porque reduz a capacidade do capital de financiamento, a nível dos bancos comerciais, que, por sua vez, tendem a aumentar suas taxas de juro.

Objectivamente, indicou que a medida em referência, se for funcional, ajudará o mercado a reajustar os preços dos produtos, taxa de câmbio, mas a prazo médio.

Por outro lado, o gestor de Finanças entende que a queda das exportações afecta directamente a balança comercial, tornando-a deficitária.

Sobre a taxa de reservas obrigatórias, a economista Juliana Evangelista considerou que o objectivo do BNA é manter a inflação estável e baixa, protegendo o poder de compra dos cidadãos, uma vez que se espera, até final do ano, uma taxa de inflação de cerca de (19%), acima da taxa prevista no OGE 2024.

Já o docente universitário e economista, Divava Ricardo, considera que o aumento do coeficiente de reservas obrigatórias, em moeda nacional, vai ter impacto sobre a quantidade de moeda em circulação.

Para este especialista, é preciso entender que o objectivo do BNA é gerar um efeito positivo sobre o nível geral de preços, mitigação da subida dos bens alimentares e serviços, bem como travar a depreciação do câmbio do kwanza, face às divisas e, até mesmo, ao preço do dinheiro, o juro.

Apesar da redução das exportações, fruto da redução da produção de petróleo, Divava Ricardo acredita que o preço do barril em alta, devido à guerra na Ucrânia, ajudou a compensar a queda nas quantidades, por meio do aumento no preço.

Por outro lado, indicou, a redução das importações em 12,64%, entre 2022 e 202, ajudaram na poupança de moeda externa, com a redução das quantidades importadas de bens alimentares.

O também docente universitário e economista, Hermenegildo Quexigina, espelha que os salários actuais não estimulam o mercado do consumidor.

Na perspectiva do professor universitário, o CPM criou condições que podem comprometer o que está estabelecido no Plano Nacional de Desenvolvimento-PND (2022- 2027).

A primeira reunião do Comité de Politica Monetária (CPM), do corrente ano, projecta um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,2 por cento, suportado pelo sector não petrolífero que poderá crescer 4,25 %.

O relatório final da 115ª CPM, presidido pelo BNA, a perspectiva da taxa de inflação de 19% tem como base a contínua desaceleração, a insuficiência de bens e serviços a curto prazo, a limitação da cadeia de abastecimento interno, assim como os constrangimentos na cadeia logística internacional.

Igualmente consta do relatório do CPM a manutenção das taxas de juros permanentes de cedência de liquidez em 18,5 % e a de facilidade em 17,5%.

Em sentido contrário, deliberou o aumento do coeficiente das reservas obrigatórias em moeda nacional para 20 %, com objectivo de adequar o nível de liquidez à actividade económica e mitigar as pressões inflacionistas.

Este facto ocorreu devido ao aumento da cedência de crédito ao sector privado em moeda nacional, na ordem dos 18,5 % em 2023.OPF/AC

 



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