Benguela - Com trezentas e oitenta e duas cabeças de gado bovino, 220 caprinos e 140 ovelhas, a Fazenda NR, localizada na comuna do Dombe Grande, município da Baía Farta, pretende aumentar a oferta de carne ao mercado benguelense.
Segundo o seu proprietário, Nélson Rodrigues, que falava à ANGOP, a fazenda tem como objectivo atingir, no próximos tempos, as quinhentas (500) cabeças de bovinos, no sentido de abrirem um talho na cidade de Benguela.
A expectativa, disse, é processarem duas toneladas de carne/dia.
Actualmente, a fazenda tem um efectivo de bovinos constituído pelas raças Bosmara, de origem sul africana, Brama e Nelore, oriundas do Brasil.
O fazendeiro explicou que, além das 500 cabeças, vão comprar outras a criadores nacionais para engorda nas suas propriedades, de modo a garantirem a sustentabilidade do projecto a longo prazo.
Contudo, Nélson Rodrigues deu a conhecer que, para implementação célere deste projecto, necessita de um financiamento de 200 milhões de kwanzas para compra de animais e outros investimentos.
"Esse valor vai permitir a compra directa de animais da raça Bosmara, a mais apropriada para abate, a partir da África do Sul e adquirir outros equipamentos", disse.
Nélson Rodrigues revelou que uma matriz da raça Bosmara, na África do Sul, custa aproximadamente o equivalente a 1.200 dólares (um dólar equivalente a 937 kwanzas).
O Plano Nacional de Fomento da Pecuária, avaliado em cerca de 300 milhões de dólares, visa apoiar os pecuaristas, fundamentalmente os associados em cooperativas, no sentido de aumentar a produção nacional para redução da importação de carne.
A propósito, Nélson Rodrigues afirmou que desconhece se o mesmo já tenha beneficiado algum criador da região.
Fez saber que, desde a sua aposta no ramo da pecuária, ainda não beneficiou de nenhum crédito para o efeito.
"Já investi cerca de 280 milhões de kwanzas (fundos próprios) desde o início deste projecto, que comecei com apenas 40 cabeças", disse.
Defendeu que o Plano governamental deve estar focado no apoio aos reais pecuaristas, no sentido do país tornar-se, nos próximos anos, autossuficiente em termos de carne.
"O país tem água mais que suficiente, pasto e condições climáticas ideais para prática da pecuária. Caso haja investimentos sérios, em pouco tempo Angola torna-se autossuficiente em termos de efectivo animal (bovino, suíno, caprino, ovino e aves) e poderá até pensar na exportação", afirmou.
Relativamente às condições na fazenda NR, disse que conta com pasto abundante, técnicos e um médico veterinário, para além de parceiros que têm dado suporte no melhoramento da genética.
A aposta na pecuária da fazenda NR teve início há cinco anos, depois de observarem o desperdício resultante da produção agrícola, explicou Nélson Rodrigues.
"Era muito produto que acabava por se estragar no campo por falta de pequenas indústrias transformadoras, daí o incentivo em apostar na pecuária, servindo para alimentação dos animais", disse.
Além do talho, o projecto da fazenda NR contempla a criação de uma frutaria e uma peixaria, que irão comercializar exclusivamente produtos da região. CRB