Cabinda – A Sonangol e a Gemcorp iniciam, em Maio deste ano, o processo de recrutamento e formação de quadros para a futura Refinaria de Cabinda, projectada para refinar 60 mil barris de petróleo bruto/dia.
Um comunicado de imprensa conjunto das duas empresas, enviado esta quinta-feira a ANGOP, indica que o processo de recrutamento para formação dos quadros prevê as áreas de maior incidência, como as de engenharia eléctrica e instrumentação, mecânica, materiais e processos, saúde, segurança, ambiente, gestão ambiental, laboratório, recursos humanos e contabilidade.
Lê-se ainda no documento que o processo de formação será composto por módulos teóricos e técnicos, sendo que parte formativa a ministrar será altamente especializada.
Os empregos directos e indirectos a criar com a construção, montagem e implementação da refinaria serão ocupados maioritariamente por profissionais angolanos, designadamente da província de Cabinda, conferindo ganhos significativos para as comunidades locais, assim como para economia provincial.
Para a Sonangol, o início do recrutamento “representa a afirmação clara de que o projecto está prestes a tornar-se realidade, o que será de extrema importância para Angola e para a sua economia, uma vez que os recursos minerais nacionais serão finalmente refinados em território angolano, fechando uma cadeia por demais relevante para o país e para a sua população”.
Já a Gemcorp sublinha que “está confiante em mais este passo e expectante relativamente ao impacto que o início do recrutamento de profissionais angolanos vai ter no dia-a-dia de várias famílias e, sobretudo, ao impacto que vai ter ao nível da segurança energética do país”.
A nota indica que dentro de dias será divulgada a informação sobre o processo de recrutamento, designadamente acerca das vagas existentes em cada área e o perfil dos candidatos para cada uma delas.
Em Julho próximo começam a chegar a Cabinda parte dos equipamentos que fazem parte da estrutura da refinaria, que está a ser construída em Winston, Estados Unidos de América.
A Refinaria de Cabinda é um projecto de investimento privado avaliado em 920 milhões de dólares. A construção do empreendimento iniciou em 2019 com a desmatação, desminagem e terraplanagem dos solos, que foram concluídos em 2020.
O programa de construção prevê três fases. A primeira, onde se vai produzir 30 mil barris de petróleo por dia, prevê a instalação da unidade de destilação de crude, com um dessalinizador, sistema de tratamento de querosene e infra-estruturas auxiliares, incluindo um sistema de ancoramento de bóia convencional, oleodutos e instalação de armazenamento para mais de 1,2 milhões de barris.
As segundas e terceira etapas tornarão a refinaria numa infra-estrutura de convenção total com uma capacidade de processamento de 30 mil barris/dia e a instalação de um novo reformador catalítico, hidrotador e unidade de craqueamento catalítico, totalizando despesas na ordem dos 700 milhões de dólares.
Após a sua conclusão, prevista para 2022, a refinaria de Cabinda, que deverá criar dois mil postos de trabalho, vai refinar 60 mil barris de petróleo bruto por dia.