França (Do enviado especial) - França é um dos destinos mais populares do mundo, recebendo, ao ano, milhões de visitantes devido à rica herança cultural e turística, resultando daí um "casamento perfeito" com o desporto em 11 dias de Jogos Paralímpicos.

Por Marcelino Camões, jornalista da ANGOP

Esta 17ª edição da prova para atletas portadores de deficiência, tal como sucedeu com os Jogos Olímpicos, foi pensada na perspectiva da cultura e do turismo, de tal modo que as infra-estruturas de relevo cultural foram adaptadas para palco do evento secular. 

Paris, agora a capital do desporto adaptado, é o epicentro do turismo francês, com seus museus mundialmente famosos, como o Louvre e o d'Orsay, suas avenidas elegantes, como os Champs-Élysées, e monumentos emblemáticos, como a Torre Eiffel e a Catedral de Notre-Dame.

Além disso, os cafés parisienses, a culinária refinada e a moda fazem parte da experiência única que a cidade, com uma população estimada em 2020 de 2 148 271 habitantes, oferece aos seus visitantes nesses dias, maioritariamente atletas, técnicos, dirigentes ou simples amantes do desporto.

Apesar do turismo em massa, a sua popularidade enfrenta desafios. O impacto ambiental, especialmente em Paris, tem levado o Governo do Presidente Emmanuel Macron a adoptar medidas para preservar o património natural e cultural. 

Mas ainda assim, a França continua a ser um destino irresistível de muita adesão, onde o passado e o presente se misturam em harmonia. 

Com uma oferta tão rica e variada, o país é capaz de atrair todos os tipos de viajantes, desde os amantes da história até os aficionados por cultura, gastronomia, paisagens deslumbrantes e competições de nível mundial,  como futebol, rugby, basquetebol, ténis e o ciclismo.  

O torneio de ténis “Roland-Garros”, também conhecido como “Open da França”, está entre os de maior referência no mundo. De prioridicidade anual desde 1925, disputa-se no estádio de Roland-Garros (em Paris), atraindo centena de visitantes do globo terrestre.

O “Tour de France” ou “Volta à França em bicicleta” é uma competição anual de ciclismo, disputada em etapas. Foi organizada pela primeira vez em1903 e hoje é das mais prestigiadas provas da modalidade no mundo.

Zonas turísticas transformadas em palcos desportivos

O local das conquistas de Léon Marchand será palco das finais de polo aquático, enquanto as provas de natação decorrem na piscina de 50 metros da Arena Paris La Défense, onde 141 medalhas de ouro estão em disputa.

Tal como foi nos Jogos Olímpicos, nos Paralímpicos, a esgrima em cadeira de rodas e o Para Taekwondo decorrem no Grand Palais, o Estádio Roland-Garros sedia o Tênis em Cadeira de Rodas.

A Ponte Alexandre III será palco do Triatlo Paralímpico na ponta final da prova, a Arena do Campo de Marte alberga o judo e o Rugby em Cadeira de Rodas.

O Estádio da Torre Eiffel recebe o Futebol de Cegos, enquanto o Palácio de Versalhes acolhe o Hipismo e o Stade de France o atletismo, modalidade em que Angola evolui, destacando a velicista Juliana Moko que superou as marcas pessoais nos 400 e 100m e na manhã de quinta-feira corre as preliminares dos 200m.

O voleibol sentado disputa-se na Arena Paris Norte, a canoagem e o remo no Estádio Náutico Vaires-sur-Marne, o badminton e o halterofilismo na Arena Porte de La Chapelle, o bocha, o goalball e o tênis de mesa decorrem na Arena Paris Sul. 

O único evento que se disputa fora da região de Paris é o Tiro Desportivo, no Centro de Tiro desportivo Châteauroux.

Por fim, o Parque Urbano instalado na famosa Praça de La Concorde foi transformado para sediar a Cerimónia de Abertura dos Jogos Paralímpicos Paris2024.

Contributo financeiro do desporto no turismo

O valor financeiro gerado pelo turismo no palco dos Jogos Paralímpicos gira em torno de oitenta biliões de dólares anualmente, embora este número possa variar de acordo com o fluxo de turistas.

Essas verbas incluem receitas de diversos setores como a hospedagem, alimentação, transporte, entretenimento e compras de ingressos em múltiplos torneios desportivos.

No entanto, a Torre Eiffel é um dos monumentos mais icônicos do mundo e gera um impacto financeiro significativo para a França, principalmente por meio do turismo. 

Estima-se que a Torre Eiffel contribui directamente para a economia francesa com centenas de milhões de euros por ano ao receber cerca de sete milhões de visitantes, gerando uma receita anual de sessenta ou setenta milhões de euros, apenas com a venda de ingressos.

Infra-estruturas de destaque em Paris

O clube de futebol Paris Saint-Germain e o clube de rugby Stade Français estão sediados em Paris.

No futebol, o Stade de France, com 81 mil lugares, construído para a Campeonato do Mundo FIFA de 1998, está localizado ao norte da cidade, na comuna vizinha de Saint-Denis.

Paris organiza anualmente o torneio Grand Slam de ténis. Sediou os Jogos Olímpicos de Verão de 1900 e 1924 e 2024. 

Paris também foi a cidade-sede dos campeonatos do mundo FIFA de 1938 e 1998, mundial de Rugby Union, em  2007 e o Campeonato Europeu de Futebol em 1960, 1984 e 2016. A competição de ciclismo de estrada Tour de France finaliza-se em Paris.

Etimologia

Paris deve o seu nome aos Parísios, um povo gaulês que habitava a região antes da chegada dos romanos. Após conquistá-los, os romanos rebatizaram seu assentamento como "Lutécia dos Parísios".

Ao longo do século IX, essa denominação, aos poucos, deu lugar ao nome actual. Os Parísios também emprestaram seu nome a algumas outras vilas da região, tais como Villeparisis, Cormeilles-en-Parisis, e Fontenay-en-Parisis.

Paris é frequentemente chamada de "cidade das luzes", por conta de seu papel de liderança durante a Era do Iluminismo.

Foi das primeiras grandes cidades europeias a usar a iluminação pública a gás em grande escala em seus bulevares e monumentos. 

Em 1829, luzes de gás foram instaladas na Place du Carrousel, Rue de Rivoli e Place Vendôme. Em 1857, as grandes avenidas deste Palco dos 17º Jogos Paralímpicos eram iluminadas por 56 mil lâmpadas de gás.MC/ADR