Paris (Do enviado especial) - Na sua terceira participação em Jogos Paralimpicos, Angola demonstrou ter aprendido bem a lição e colocou o mundo aos seus pés na edição de Atenas em 2004, tendo José Sayovo como protagonista.
Por Marcelino Camões, jornalista da ANGOP
Efectivamente, depois da estreia menos conseguida em Atlanta1996 (EUA) e da segunda presença em Sidney2000, Atenas2004 foi a confirmação de uma estrondosa ascensão que viria a marcar para sempre a história da competição.
A preparação atípica no país, alternada entre o estádio dos Coqueiros (pista com menos condições de prática) e o pelado do Complexo Olimpáfrica, no município de Viana, o estágio na região portuguesa do Algarve permitiu ao seleccionador nacional, José Manuel, elevar a capacidade desportiva do conjunto nacional.
Numa selecção que integrou o primeiro atleta angolano adaptado, Ângelo Londaca, recrutado no hospital Militar, no início do projecto, em 1993, Sayovo foi, assim, um triplo campeão e recordista mundial e paralímpico improvável na classe dos visuais (T11).
Nos 100 m, o velocista precisou apenas de 11 segundos e 37 décimos para arrebatar o ouro e estabelecer uma nova marca na elite do atletismo adaptado. Sayovo voltou a pôr o mundo em “sentido” no Estádio Olímpico de Atenas, ao repetir a proeza nos 200 e 400 metros, respectivamente, com o tempo de 23.04 e 51.04.
Até aquele período, o canadiano Earle Connor era o único praticante de atletismo adaptado a ter obtido tal feito, em 2003, num campeonato do mundo para deficientes dos membros superiores (classe T46).
A Selecção Nacional era constituída por José Sayovo, Ângelo Londaca, e o actual casal Octávio dos Santos e Estefânia Matias, todos da classe T11, além de José Sayendo (classe T46).
A delegação foi chefiada por António da Luz (Secretário-geral), Leonel da Rocha Pinto (Presidente de direcção), Fátima Jardim (Presidente da Mesa da Assembleia-geral), Telma Silva (membro de direcção) e Constância Tomás (Fisioterapeuta).MC/ADR