Lubango – O processo de colheita da produção agrícola da campanha 2023/24 na província da Huíla, em curso desde Abril, já permitiu colher, até Maio, 150 mil toneladas de produtos diversos, mas as previsões indicam que os números atinjam às 300 mil, soube a ANGOP no Lubango.
A província tem cadastrados perto de 600 mil hectares de terras aráveis, mas na finda campanha foram preenchidos com sementeira apenas 450 mil, 90 por cento dos quais à base da tracção animal e manual. Os restantes foram com recurso à maquinaria.
De entre os produtos em colheita constam os cereais, tubérculos, cucurbitáceas, legumes e frutas tropicais.
Comparativamente à campanha anterior, advinha-se uma queda, pois foram colhidas 310 mil 431 toneladas de produtos diversos, com realce para o milho que atingiu 195 mil 534 toneladas, o massango com 24 mil 686, a massambala com 24 mil 661, a batata-doce a 27 mil 687 e o feijão com seis mil 602.
Em declarações à ANGOP, o director provincial da Agricultura e Pescas da Huíla, Pedro Conde Muanda, fez saber que o plano de produção ronda os 600 mil hectares, sendo que na primeira fase foram cobertos 250 mil, compreendendo as culturas de cereais, como o milho, massango, massambala, trigo e arroz.
Para aumentar os níveis de produção, defendeu ser necessário reforçar a aposta na mecanização e nas sementes melhoradas, assim como proporcionar tecnologias de baixo custo para os produtores, que sejam acessíveis e adaptáveis à realidade da província.
Apesar de ter algumas brigadas de mecanização em municípios como os de Caconda, Chicomba e Matala, a maioria das máquinas está avariada por falta de peças sobressalentes, asseverou o director.
Fruto do Programa de Mecanização Ligeira da Agricultura Familiar, disse a fonte, o Executivo, em parceria com o Fundo Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA), a Huíla beneficiou na fase piloto da distribuição de 14 moto-cultivadores e cinco tractores.
A Huíla divide-se em três zonas agro-económicas fundamentais, nomeadamente a Norte, com uma população camponesa dedicada à produção agrícola e de gado em escala doméstica e de pequeno porte, nos municípios de Quilengues, Cacula, Caluquembe e Caconda.
A segunda é a agro-pastoril que exercem a actividade agrícola, com a produção de cereais, leguminosas, tubérculos, hortícolas e frutíferas, num clima temperado e tropical, bem como a pecuária com a criação de gado de médio e grande porte, nos municípios do Lubango, Humpata, Chibia, Quipungo, Matala, Jamba, Cuvango e Chicomba.
A última tem uma população pastoril dedicada à criação de gado de médio e grande porte, assim como à agricultura de subsistência familiar no sul da Chibia e dos Gambos.
A província tem uma superfície de 79 mil 22 quilómetros quadrados, com uma população estimada em mais de três milhões de habitantes, distribuídos nos 14 municípios e 65 comunas. É limitada a Norte por Benguela e Huambo, a Sul com o Cunene, a Oeste com o Namibe e Benguela e a Leste com o Bié e Cuando Cubango. MS