Kinshasa - A República Democrática do Congo acusou o exército rwandês de bloquear os sistemas de navegação por satélite que afectam os voos civis na zona leste do país, atingida pelo conflito, noticia o The Namibian, citando à BBC.
Afirmou que o Rwanda, que faz fronteira com a República Democrática do Congo, estava a interferir com os sinais do Sistema de Posicionamento Global (GPS) das aeronaves através de “jamming” e “spoofing” – um tipo de crime cibernético que envolve a criação de uma identidade falsa ou falsificação de identidade.
Isto representa um “risco significativo” para os voos comerciais e humanitários que transportam ajuda essencial para as vítimas do conflito, acrescentou o governo num comunicado.
Rwanda ainda não respondeu às acusações.
Um relatório da ONU divulgado no início deste mês acusou o Rwanda de ter até 4.000 soldados na República Democrática do Congo para ajudar o grupo rebelde M23 na sua luta contra as forças governamentais.
O Rwanda não negou a alegação e disse que o governo da RD Congo não tinha vontade política para resolver a crise no seu leste rico em minerais.
Os rebeldes do M23 capturaram grande parte do território no leste, especialmente na província de Kivu do Norte, e têm estabelecido uma administração paralela.
O grupo afirma que luta pelos direitos da minoria tutsi – o mesmo grupo étnico ao qual pertence o presidente do Rwanda, Paul Kagame.
O conflito forçou centenas de milhares de famílias a fugir das suas casas, e numerosas iniciativas de paz – e o envio de tropas regionais e da ONU – não conseguiram pôr fim aos combates.
O governo apresentou uma queixa à Organização da Aviação Civil Internacional da ONU, pedindo-lhe que impusesse “sanções apropriadas” ao Rwanda, acrescentou o comunicado. ADR