Conackry - O antigo partido no poder da Guiné, a Coligação do Povo da Guiné (RPG Arco Íris), denunciou quinta-feira a convocação de quatro dos seus altos quadros e o aprisionamento dos mesmos, por "presunção de corrupção e desvio de fundos públicos", soube a PANA de fonte oficial.
Entre os quatro aprisionados figura o presidente da Comissão Executiva Provisória da RPG e ex-primeiro-ministro do Governo deposto do ex-Presidente Alpha Condé, Ibrahim Kassory Fofana, actualmente sob a custódia judial na Cadeia Central, por ordem dos juízes do Tribunal de Repressão às Infracções Económicas (CRIEF), depois de interrogados durante 72 horas na Gendarmaria Nacional.
Além disso, a RPG Arco Íris e os partidos aliados afirmam querer retirar-se do Diálogo Naciomal em curso há 10 dias por iniciativa da Junta Militar no poder, que confiou a presidência destas reuniões ao Imam Ratib de Conakry, El hadj Mamadou Saliou Camara, e ao arcebispo Don Vincent Koulibaly.
Estas decisões foram tomadas depois de uma reunião extraordinária na sede nacional da RPG Arco Íris sobre a actualidade nacional, dominada por uma onda de convocações e aprisionamentos de altos funcionários do partido "Amarelo", bem como os seus aliados e todos ex-ministros do Governo de Condé.
A detenção destes ex-dignitários ocorreu poucos dias após da organização da convenção nacional extraordinária da RPG Arco Íris, cujos bens foram confiscados pela Junta no poder que, a 5 de Setembro de 2021, derrubou o então regime do Presidente Alpha Condé, fundador do partido.
Os novos senhores do país também apreenderam documentos de viagem e congelaram contas bancárias privadas de personalidades pertencentes à RPG e a partidos aliados.
O colectivo RPG Arco Íris e aliados denunciam “estas acções arbitrárias e implacáveis” que provavelmente comprometerão perigosamente uma transição que eles desejam apaziguada e inclusiva.
O antigo partido no poder e seus aliados, que apelam à mobilização dos seus activistas, exigem o respeito pelo princípio da presunção de inocência e a despolitização do actual procedimento e a nomeação de um mediador internacional na crise guineense.