Conakry - A Guiné recebeu hoje 200 mil doses da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela chinesa Sinopharm, que permitirão ao país iniciar a sua campanha de vacinação na sexta-feira, anunciaram as autoridades guineenses.
O lote de vacinas, doado pela China, foi recebido no aeroporto internacional de Conakry pelo ministro da Saúde guineense, Remy Lamah, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do país, Ibrahima Khalil Kaba, pelo embaixador chinês na Guiné, Huang Wei, e pelo director da Agência Nacional de Segurança Sanitária (ANSS), Sakoba Keita.
"A única arma eficaz para deter esta pandemia é a vacina", disse o embaixador chinês citado pelo portal local Media Guinée, acrescentando que "a China está empenhada em tornar as suas vacinas em bens públicos para que sejam acessíveis aos países em desenvolvimento".
Por sua vez, o ministro guineense dos Negócios Estrangeiros, citado pela agência noticiosa Efe, declarou que o executivo não vai deixar "vias por explorar", quer seja através do programa Covax, através da vacina russa, Sputnik V, ou através das vacinas das chinesas da Sinopharm ou da Sinovac.
No final de Dezembro, a Guiné-Conakry iniciou uma campanha piloto de vacinação com 60 voluntários com mais de 50 anos - entre eles membros do Governo e o Presidente do país, Alpha Condé - com a vacina Sputnik V.
Em 26 de Fevereiro, Keita advertiu que o aumento de casos tinha levado a que 80% das camas em centros de tratamento e que na segunda vaga da pandemia a taxa de letalidade estava a ser mais alta e que afectou também pessoas abaixo dos 50 anos.
No total, segundo os números oficiais mais recentes das autoridades do país, a Guiné contabiliza 16.154 casos de infeção, incluindo 91 mortes pela covid-19.
O país enfrenta também surtos de sarampo e de febre amarela, assim como um recente surto de Ébola que atingiu 17 pessoas - incluindo sete mortes.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.549.910 mortos no mundo, resultantes de mais de 114,7 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
De acordo com os dados mais recentes do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número de infectados neste continente desde o início da pandemia é de 3.914.044 e o de mortes 104.382.
A doença é transmitida por um coronavírus (SARS-CoV-2) detectado no final de Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.