Cairo - O Egipto continua hoje com uma intensa campanha diplomática para tentar reduzir a tensão regional em meio à esperada resposta militar do Irão a Israel após o assassinato em Teerão da principal figura do Hamas, Ismail Haniyeh.
Nas próximas horas, o ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Badr Abdelatty, receberá o seu homólogo libanês, Abdallah Bou Habib, para discutir a situação na sequência da escalada militar entre o grupo Hezbullah e Israel, informou a agência oficial de notícias Mena, citada pela Prensa Latina.
Tal como o Irão, a milícia xiita prometeu responder após o assassinato, na semana passada, em Beirute, de um dos seus principais comandantes militares.
O chefe da diplomacia egípcia falou segunda-feira por telefone com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, a quem apelou para pressionar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a forçá-lo a pôr fim às suas agressões.
De acordo com um comunicado do Ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, durante o intercâmbio Abdelatty detalhou os seus contactos para conter a escalada em curso.
Segunda-feira, o presidente egípcio, Abdel-Fattah El-Sisi, abordou o assunto na capital egípcia com o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan.
Durante a reunião, El-Sisi considerou que para acalmar as tensões no Médio Oriente é imperativo alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza e criar uma oportunidade para soluções políticas e diplomáticas, revelou a Presidência.
Os dois líderes condenaram as políticas israelitas e defenderam uma solução abrangente para a causa palestiniana baseada na solução de dois Estados.
Este fim-de-semana, Abdelatty discutiu a situação regional com os seus homólogos do Irão, Ali Bagheri Kani, e da Rússia, Sergei Lavrov.
No âmbito da campanha diplomática para acalmar a crise, na semana passada o responsável egípcio também trocou telefonemas com os seus homólogos de Espanha, José Manuel Albares, e da Irlanda, Micheál Martin, e com o coordenador especial das Nações Unidas para o processo de paz em Médio Oriente, Tor Wennesland.
Visitou também o Qatar, onde foi recebido pelo Emir Tamim Bin Hamad Al Thani e depois pelo primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohammed Bin Abdulrahman Al Thani.
Em Doha, o responsável também conversou com a coordenadora humanitária da ONU para Gaza, Sigrid Kaag.
Em 1979, o Egipto tornou-se a primeira nação árabe a estabelecer relações diplomáticas com Israel e, desde então, tem sido um interlocutor fundamental para acalmar tensões e procurar soluções para crises regionais. JM