Benguela – Doze anos depois de inaugurado, o Aeroporto da Catumbela, na província de Benguela, deverá receber o certificado para operar voos internacionais de passageiros e carga, esta quinta-feira, 12.
Está em causa a certificação ICAO7 (International Civil Aviation Organization, na sigla em inglês), que permitirá ao aeroporto operar aeronaves com comprimento fora-a-fora entre 39 e 49 metros (exclusive) e largura máxima da fuselagem de cinco metros.
Trata-se de aeronaves como Boeing 737-900, uma versão alongada do popular 737, com capacidade para transportar mais passageiros em rotas de médio alcance; o Airbus A321, uma aeronave de corredor único que é amplamente utilizada em voos domésticos e internacionais de curta e média distância.
De igual modo inclui o Boeing 757-200. Conhecido por sua eficiência em rotas transcontinentais, este modelo é frequentemente utilizado por companhias aéreas para voos de médio alcance.
Segundo uma nota da Sociedade Gestora de Aeroportos (SGA), o acto de outorga do certificado ao também conhecido como Aeroporto Paulo Teixeira Jorge caberá à Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).
O evento, com impacto para o sector da aviação civil no país e para o desenvolvimento socioeconómico da região, contará com a presença de representantes de alto nível do Ministério dos Transportes, da ANAC, SGA, autoridades locais e outros.
Com capacidade projectada para 2.2 milhões de passageiros por ano, a internacionalização do Aeroporto da Catumbela continua a gerar enormes expectativas no seio da classe empresarial.
Tudo porque os homens de negócios, em Benguela, projectam promover a exportação via aérea de produtos que gerem receitas, como hortofrutícolas, principalmente para o mercado europeu.
Por isso, a certificação ICAO7 é um passo crucial para a expansão das capacidades do Aeroporto Paulo Teixeira Jorge. Pois, não só aumentará a sua capacidade operacional, mas também fortalecerá a sua posição como uma alternativa viável ao Novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto, em Luanda.
Primeiro voo internacional decola dia 21
Os contactos que a SGA tem estado a encetar com várias companhias aéreas interessadas em operar voos internacionais para diferentes destinos, com primazia para a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), já estão a dar resultados positivos.
Pese embora os mercados europeu e americano constar dos planos, a prioridade, pelo menos por enquanto, é explorar e aproveitar o potencial da região, promovendo assim a marca Angola através do turismo.
Neste momento, sabe-se que o primeiro voo internacional directo a partir de Benguela poderá decolar no próximo dia 21 de Dezembro, com destino à República da Namíbia, país vizinho de Angola.
Uma publicação atribuída à companhia aérea nacional Fly Angola, amplamente difundida nas redes sociais, dá conta da nova rota, com três voos semanais directos entre Catumbela e o Aeroporto Internacional de Windhoek – Hosea Kutako, o mais importante aeródromo da capital namibiana.
Condições do aeroporto
Destaca-se uma infra-estrutura de aeródromo eficiente, como sistema AGL para operações noturnas; sistema de pouso por instrumento (ILS) de CAT I ( na RWY 20) aprimora as operações em condições de baixa visibilidade; pista táxi totalmente paralela, com projecto planejado para operação do código E.
O Aeroporto Internacional da Catumbela oferece maior capacidade de assistência em aeródromo após Luanda, com 12 stands cod E; possibilidade de suportar aeronaves de grande porte ( larger widebodies); avaliação preliminar da capacidade: o CBT é capaz de atender pelo menos 2.0 MPPA e com nível de serviço ( LoS ) razoável.
Há ainda o terminal de passageiros moderno com capacidade de operações internacionais e outras infra-estruturas associadas e instalações de movimentação de carga reforçam a posição do CTB para atrair transportadoras estrangeiras e potenciais negócios de carga.
Benefícios da certificação
Com a nova certificação, o Aeroporto Internacional Paulo Teixeira Jorge estará apto a receber uma gama mais ampla de aeronaves, incluindo modelos de médio porte que são essenciais para o transporte de passageiros e cargas.
Esta expansão é vital para atender à crescente procura de serviços aéreos na região e melhorar a conectividade com outras partes do mundo.
A certificação ICAO7 do Aeroporto Internacional Paulo Teixeira Jorge representa um avanço significativo para a aviação em Angola, porquanto não só melhorará a infra-estrutura e a capacidade operacional do aeroporto, mas também trará benefícios económicos e sociais duradouros para a província de Benguela e para todo o sul do país.
Impacto económico e social
Acredita-se que a certificação ICAO7 do Aeroporto Internacional Paulo Teixeira Jorge terá um impacto positivo na economia local e nacional, pois aumentará a capacidade de transporte de cargas, facilitando o comércio e a exportação de produtos angolanos.
A melhoria das condições da infra-estrutura aeroportuária e o aumento da procura atrairá mais companhias aéreas, impulsionando o sector de turismo e serviços na região.
Com potencial de transformar significativamente a economia de Benguela, principalmente sectores-chave como o turismo, pescas, agro-pecuária e o comércio, o Aeroporto da Catumbela vai atrair mais turistas para uma região cada vez mais na vanguarda do desenvolvimento nacional.
Dessa forma, o Aeroporto Internacional da Catumbela afirmará a província de Benguela como o segundo maior pólo de turismo e hotelaria.
Inaugurado em Agosto de 2012, pelo antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, entre as cidades de Benguela e do Lobito, o Aeroporto da Catumbela está distanciado da capital do país cerca de 670 quilómetros, sendo considerado como alternativa para o Novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto (AIAAN).
Trata-se de uma moderna infra-estrutura aeroportuária, com uma pista de três mil e 700 metros de comprimento e 45 de largura, capaz de receber, em simultâneo, três aviões de grande porte como o Boeing 777-300 em horas de pico (3 (mas não permitido com categoria ICAO7).
Uma das prioridades do Executivo do Presidente João Lourenço, o processo de internacionalização do Aeroporto da Catumbela tem em vista a promoção do desenvolvimento económico e social do país, em geral, e desta região, de modo particular. JH/CRB