Menongue- A contínua prática de vandalização de bens públicos e privados pelo país, em particular no Cuando Cubango, foi condenada hoje, quarta-feira, pelo secretário do Sínodo Provincial da Igreja Evangélica Congregacional em Angola (IECA), Ezequias Cassinda Pelembi.
Em declarações à ANGOP, o reverendo diz notar, com muita tristeza e preocupação, actos contínuos de vandalização de bens públicos e privados, como janelas e portas de escolas, igrejas, de cabos de energia eléctrica que servem de iluminação pública e domiciliar, entre outros equipamentos, cujos cálculos, em valores monetários para a pronta reposição, são elevadíssimos.
“A situação de vandalismo de bens e serviços é lamentável. Até nós temos uma igreja que foi vandalizada este ano no bairro Popular, em Menongue, com a remoção das janelas metálicas, uma realidade que deixa muito a desejar”, sinalizou o líder religioso.
Para o pastor, o que mais lhe preocupa não é o facto dos praticantes o fazerem, mas sim a consciência, porque não dá razão uma pessoa suprir uma necessidade, estragando um bem ou serviço edificado pelo Estado em prol das populações, a par dos bens de igrejas e até singular.
Conforme o secretário, as pessoas que enveredam por vandalismo são de má fé e tem de haver maior união para o seu permanente combate, ressaltando, neste particular, o trabalho que a IECA tem desenvolvido junto dos cristãos, sobretudo jovens, para a mudança de mentalidade, por ser um problema público, sendo para a igreja pecado e para o Estado, um crime.
Entretanto, o secretário saúda o Executivo pela penalização, por mais de 20 anos, a pessoas que venham, quando a lei for aprovada pela Assembleia Nacional, a vandalizar os bens públicos que visam proporcionar o bem-estar social, nos centros urbanos e nas zonas rurais, apesar de os casos serem mais notórios nas cidades e seus bairros periféricos.
Para Ezequias Cassinda Pelembi, as medidas mais rígidas de prevenir e punir os crimes de vandalismo em bens e serviços públicos irão, de certa maneira, desencorajar os seus praticantes, sobretudo quando trata-se de jovens, tidos como o futuro do processo de desenvolvimento de Angola.
Quando a lei for aprovada, de acordo com o reverendo, todos os prevaricadores devem merecer a devida penalização, mas que ainda assim apela para mais trabalho da sociedade civil de consciencialização, para que haja mudança de comportamento, sobretudo dos jovens, os mais implicados.
Por isso, incentivou a juventude a lutar, de forma legal, para conseguir trabalhar e ter seus próprios rendimentos, ao invés de envolver-se na prática de crimes, por lucro fácil, o que pode retardar o seu futuro, no caso de condenação a uma pena de 20 anos ou mais.
Defendeu, ainda, a necessidade da juventude abraçar a prática da agricultura, ainda que de subsistência, numa primeira fase, aproveitando os recursos hídricos e terras aráveis que existem em quase toda a região do Cuando Cubango, bastando, para tal, apenas vontade e pequenas iniciativas. ALK/FF/PLB