Luanda – A presidente interina da Associação de Amizade e Solidariedade da Terceira Idade (AASTI), Teresa de Lemos, defendeu a necessidade do reforço da assistência às pessoas idosas, nos mais variados domínios, e respectiva integração social.
Segundo a responsável, os idosos constituem um suporte importante para as famílias, tendo em conta que garantem um apoio psico-emocional.
Teresa de Lemos falava à ANGOP a propósito do 26 de Julho, Dia Mundial dos Avós, assinalado hoje (sexta-feira), sob o tema “Na velhice, não me abandones”, tendo destacado a importância destes na transmissão de valores morais, culturais, entre outros, que norteiam as sociedades.
Conforme a responsável, há necessidade de maior interação com os idosos, no intuito da transmissão de bons ensinamentos e conselhos úteis capazes de guiarem a vivência das gerações mais novas.
Revelou que a sua associação desenvolve encontros com as comunidades, orfanatos e associações juvenis, no intuito de garantir uma interação inter-geracional salutar.
Nesta senda, Teresa de Lemos pediu uma maior reflexão sobre a situação dos idosos na sociedade angolana, que deve abranger a passagem de testemunhos ou experiências.
Por outro lado, a responsável lamentou os casos de acusação de feitiçaria que, muitas vezes, resultam em abandono dos idosos nas ruas, pelas próprias famílias.
Relativamente a data, Teresa de Lemos avançou que serve para homenagear todos os idosos pela sua dedicação e importância às famílias.
Sobre a associação, disse que desempenha um papel importante na promoção do papel dos idosos nas comunidades, assim como no resgate daqueles que são abandonados nas ruas pelas famílias ou que são vítimas de maus tratos.
A associação acolhe cerca de 83 idosos, oferecendo refeição diária, aulas de alfabetização, ginástica e assistência médica e medicamentosa.
Fundada a 14 de Novembro de 2002, a associação é uma organização não governamental que defende a causa dos direitos das pessoas idosas.
Instada a falar sobre o papel dos avós, a bispa da Igreja Anglicana em Angola, Filomena Teta, defendeu a inclusão destes em projectos de pesquisa sobre a cultura e normas familiares, bem como literacia digital, de formas a promover encontros inter-geracionais.
“É importante oferecer apoio de formas a incentivar que os avós tenham literacia digital e os netos valorizem as normas da boa convivência familiar e social”, referiu.
Assim sendo, salientou que a transmissão dos valores cívicos e morais através de exemplos pessoais e vividos, torna-se num veículo activo para educação da pessoa.
Filomena Teta apelou o envolvimento das instituições sociais nos programas e campanhas que visam o fortalecimento dos laços familiares e comunitários, onde os avós possam desempenhar um papel activo de guardião moral da sociedade.
“A vivência dos avós permite ensinar valores de vida aos netos, como o respeito pelo próximo, respeito aos mais velhos, ensinam a fazer o bem sem olhar a quem, a serem pacientes, humildes, trabalhadores, entre outros”, acrescentou.
Em declarações à ANGOP, a idosa Rosa Branco disse que tem uma relação salutar com os netos e que aproveita, cada momento, para a partilha de ensinamentos sobre a vida.
“Os meus netos têm se preocupado comigo e tenho ensinado como foi a vida, como tem sido e passos que devem dar no quotidiano”, enfatizou.
Sobre o tema, o activista social Miguel Jorge realçou que a data visa reflectir sobre a reformulação da figura do avó, que é importante para a preservação do respeito e promoção da união no seio familiar.
Para Miguel Jorge, sendo pilar da família, tendo em conta a geração dos pais, os avós merecem toda a atenção e respeito nas famílias.
“Quando há união entre os avós, pais, filhos e netos, a relação familiar é saudável”, salientou.
O Dia Mundial dos Avós tem como finalidade homenagear todos os avós, pela sua dedicação e importância para a família. AB/OHA