Benguela – O docente universitário Mário Undolo defendeu, nesta cidade, a implementação de incubadoras e startups nas universidades do país, com vista a aproveitar o potencial da academia na promoção do empreendedorismo.

O académico proferia uma palestra subordinada ao tema “A academia na cadeia de produção alimentar e nas resoluções dos problemas do povo”, promovida pelo Movimento Juvenil Comunitário de Angola (MOVIJOVEM).

Para Márcio Undolo, as incubadoras universitárias e startups permitem o surgimento de novas empresas no mercado, estimulando assim o espírito empreendedor.

O orador, que é também professor do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) de Benguela, sustenta que a universidade deve oferecer respostas para o desenvolvimento socioeconómico do país, através de tecnologias.

Na sua opinião, a universidade não se deve limitar simplesmente à formação de quadros, pelo contrário, realmente deve formar para transformar o potencial em desenvolvimento.

Daí insistir na implementação das incubadoras nas universidades e startups, para garantir um ambiente de maior competitividade e crescimento das empresas nacionais no mercado.

Para tal, o docente sugere maior diálogo com as diferentes instituições públicas e privadas, especialmente as empresas, para que a universidade conheça as suas necessidades e proporcione as melhores soluções ao empresariado. 

Nesse sentido, focalizou no papel das faculdades de engenharias como o exemplo daquilo que as universidades podem oferecer em termos de tecnologias que optimizem o processo de desenvolvimento.

Para o orador, que evoca desafios como a seca no Sul de Angola ou o parque industrial, as universidades nacionais deviam cooperar com as melhores congéneres do mundo na transferência de conhecimento e tecnologias.

“Ainda há muita formação e não temos ainda o carácter transformador e isso não satisfaz as necessidades o desenvolvimento”, alerta Márcio Undolo.

Centros de investigação

A criação de centros de investigação funcionais, que ofereçam soluções aos desafios das empresas, decorrentes da desaceleração da actividade económica, também foi ressaltada pelo docente.

Até porque, referiu, as universidades são chamadas a participar na busca da inovação permanente e acompanhar as novas dinâmicas, no quadro da competitividade, crescimento e concorrência no mercado internacional.  

Na prática, salientou, ao colocar o conhecimento, os talentos, as tecnologias ao serviço da sociedade, a universidade contribui para transformar o potencial em desenvolvimento.

“Temos potencial, mas falta articulação em termos de recursos e conhecimento para transformar esse potencial em desenvolvimento”, frisando, finalizando que a abordagem do desenvolvimento deve estar no centro das atenções da universidade no dia-a-dia.

Já o secretário executivo provincial do MOVIJOVEM em Benguela, Nilton Safuluca, destacou que a palestra visou capacitar os estudantes a compreender melhor o papel da universidade na resolução dos problemas das comunidades.

O líder juvenil ainda incentivou a juventude a seguir os cursos virados para a promoção da veia empreendedora, sobretudo na agricultura, de modo a contribuir na busca de respostas aos problemas actuais.

A actividade, presenciada pelos directores dos Gabinetes Provinciais do Desenvolvimento Económico Integrado, Samuel Maleze, e da Agricultura, Pecuária e Pescas, Leilande da Costa, reuniu mais de cinquenta jovens numa das unidades hoteleiras da cidade de Benguela. JH/CRB