Berlim - A ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, que tem a sua governação marcada por vários erros e pedidos de demissão pela oposição, vai renunciar ao cargo, divulgaram sexta-feira vários meios de comunicação alemães.
De acordo com o diário Bild, o primeiro jornal a noticiar a saída de Lambrecht do governo, esta demissão é uma decisão pessoal da ministra, sem ser imposta pela chancelaria liderada por Olaf Scholz.
Já o jornal Suddeutsche Zeitung específica que Christine Lambrecht, de 57 anos, membro do mesmo Partido Social Democrata (SPD) do chanceler Olaf Scholz, deve deixar o cargo na próxima semana.
O canal de televisão NTV acrescenta que está neste momento a ser procurado um sucessor para a pasta da Defesa, dentro do SPD.
Questionado pela agência France-Presse (AFP), o Ministério da Defesa recusou-se a comentar os "rumores".
A União Democrata Cristã (CDU), na oposição, já tinha exigido a sua saída do executivo, depois da ministra ter causado polémica com o seu discurso na véspera de Ano Novo sobre a Ucrânia.
A governante disse que teve "muitas impressões especiais" graças a esse conflito. Também mencionou "muitos, muitos encontros com pessoas interessantes e maravilhosas", acrescentando: "Por isso, eu digo um grande obrigado".
"Especialistas em Defesa de todo o mundo estão sem palavras com a vergonha e a falta de profissionalismo de um ministro do nosso país", destacou o líder da CDU, Friedrich Merz, citado pelo canal de notícias Tagesschau.
O Ministério da Defesa também foi alvo de críticas depois da presidente do comité de Defesa do Parlamento alemão, Marie-Agnès Strack-Zimmermann, ter pressionado Olaf Scholz a entregar mais tanques à Ucrânia.
Já em Janeiro de 2022 a ministra tinha sido criticada por ter anunciado o envio de 5.000 capacetes para a Ucrânia, que ao mesmo tempo exigia armas pesadas para se proteger de um possível conflito com a Rússia.
Segundo uma sondagem recente com 5.000 pessoas da organização Civey, 77% dos alemães são a favor da sua saída, face a apenas 13% que desejam a sua continuidade.