Díli - O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, chegou hoje a Timor-Leste para uma visita de três dias no âmbito das comemorações dos 25 anos do referendo que levou à restauração da independência do país.
Guterres chegou cerca das 15h30 locais e foi recebido no aeroporto Nicolau Lobato pelo Presidente e pelo primeiro-ministro timorenses, José Ramos-Horta e Xanana Gusmão, respectivamente.
Ao longo da avenida Nicolau Lobato, que liga o aeroporto ao centro da capital timorense, centenas de crianças vestidas com cores diferentes consoante as escolas deram as boas-vindas ao secretário-geral da ONU, enquanto agitavam pequenas bandeiras e gritavam "Timor-Leste".
Hoje, António Guterres vai ser condecorado pelo chefe de Estado timorense com o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, a mais alta distinção do país.
No decreto presidencial sobre a condecoração, José Ramos-Horta destacou o papel de Guterres, que, enquanto primeiro-ministro de Portugal, entre 1995 e 2002, "foi um defensor proeminente do direito do povo de Timor-Leste à autodeterminação e independência, desempenhando um papel fundamental na resolução da questão".
Durante a estada em Timor-Leste, Guterres tem previstos encontros com o Presidente e com o primeiro-ministro timorenses e discursa no Parlamento Nacional e no Estádio Municipal de Díli, no âmbito das comemorações do referendo.
O secretário-geral da ONU visita ainda o Arquivo e Museu da Resistência Timorense, bem como a exposição sobre mulheres da resistência e participa no programa Horta Show, juntamente com Xanana Gusmão.
Em 30 de Agosto de 1999, 344.580 das 446.666 pessoas registadas (433.576 em Timor-Leste e 13.090 nos centros no estrangeiro) escolheram a independência do país e, consequentemente, o fim da ocupação da Indonésia, que invadiu Timor-Leste em 07 de Dezembro de 1975, apesar da violência perpetrada pelas milícias que apoiavam a integração.
Com o resultado do referendo, a Indonésia abandonou Timor-Leste, com as milícias pró-indonésias a deixarem um rasto de horror e violência, tendo entrado a autoridade de transição das Nações Unidas, que geriu o país até à restauração da independência, em 20 de Maio de 2002. JM