Beijing - China declarou hoje que as suas indústrias "têm direito a apresentar um pedido de investigação" sobre as importações de produtos lácteos e de porco europeus, após a imposição de tarifas pela União Europeia às importações de carros eléctricos chineses, segundo a Reuters.
O porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yadong, afirmou que as indústrias chinesas "têm o direito de apresentar um pedido de investigação para proteger a ordem normal da concorrência no mercado e os seus direitos e interesses legítimos".
Acrescentou que cada pedido "será analisado pelas autoridades chinesas em conformidade com a lei".
De acordo com o porta-voz, "se estiverem reunidas condições para apresentar um caso, a autoridade responsável pela investigação dará início ao processo de apresentação e anunciá-lo-á publicamente".
O pedido de investigação por parte das indústrias chinesas estaria em conformidade com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), enfatizou.
Advertindo ainda que a China "se reserva o direito de apresentar uma queixa junto da OMC", relativamente às medidas da União Europeia (UE), que classificou de "proteccionismo flagrante".
Nas últimas semanas, a imprensa estatal chinesa avançou com possíveis medidas de retaliação às tarifas europeias, incluindo investigações 'anti-dumping' contra produtos lácteos e carne de porco provenientes da Europa.
Esta última afectaria particularmente a Espanha que é o principal exportador de carne de porco para a China.
O executivo da UE baseou a sua decisão de aplicar direitos aduaneiros aos veículos eléctricos chineses nos resultados preliminares do inquérito que lançou em Outubro passado para determinar em que medida a penetração dos automóveis chineses no mercado da União afectava os fabricantes europeus.
O inquérito concluiu que a cadeia de abastecimento de veículos eléctricos "beneficia, em grande medida, de subsídios injustos na China", que "representam uma ameaça claramente previsível e iminente para a indústria da UE".
Na quarta-feira, o Ministério do Comércio da China instou o executivo da UE a corrigir imediatamente as suas "práticas erradas", criticando a decisão de Bruxelas pela sua "falta de base factual e jurídica". GAR