Luanda - O grupo carnavalesco Cassules do 54 encerrou, no sábado, o desfile do carnaval 2025 da classe infantil homenageando o Grupo Desportivo Inter Clube de Luanda, com a música Nação Azul.
Segundo o seu presidente, Joaquim Manuel, o grupo levou 180 membros com idades compreendidas dos 12 aos 15 anos e uma falange de apoio de 100 adeptos.
Referiu ainda que o grupo é junção de outros do município da Maianga como Amazonas do Prenda , Casimba e 10 de Dezembro, devido a carência de membros.
O grupo trouxe como Rainha Francisca João e Rei Joaquim José .
Fundado em Fevereiro de 2009, trouxe a dança semba .
Durante o desfile, o ministro da Cultura, Filipe Zau, defendeu o contínuo envolvimento das crianças no Entrudo, para a preservação da cultura angolana.
Segundo o governante, o acto é uma forma de preservação do carnaval, uma manifestação popular maior que envolve a cultura nacional, desde as gerações mais velhas e jovens.
“Essa manifestação é uma forma de passar o testemunho dos mais velhos para as crianças, uma vez que nelas reserva a nossa identidade cultural”, afirmou.
O primeiro dia do carnaval foi acompanhado pelo ministro da Cultura, Filipe Zau, e pelo governador provincial de Luanda, Luís Nunes.
A presente edição decorre de 1 à 3 de Março, com a participação de 39 grupos carnavalescos, sendo 17 na classe infantil, 11 na classe B e 12 na classe A, que vão recorrer aos estilos semba, kabetula, kazukuta e dizanda para animar os presentes.
O Carnaval é uma festa popular tradicionalmente cristã, apesar de algumas de suas características remontarem a celebrações realizadas por diferentes povos pagãos na Idade Antiga.
A relação entre o Carnaval e o Cristianismo está na proposta da igreja de canalizar os “impulsos carnais” dos fiéis em uma data apenas, para, depois, impô-los um período de restrição e jejum, actualmente conhecido como quaresma que se inicia na quarta-feira a seguir ao Carnaval.
Os primeiros registos do Carnaval em Angola são de 1857, referentes à festa popular dos Kimbundos, num evento cultural interrompido de 1961 a 1963 e de 1975 a 1977.
Em 1978, Agostinho Neto, que proclamou a Independência de Angola e se tornou-se no primeiro Presidente da República, recomendou um Carnaval diferente daquele que era conhecido na época, tendo restabelecido o Entrudo como uma festa pública, de recreação popular e com carácter competitivo.
Nesta senda, o União Operário Kabocomeu, do Sambizanga, sagrou-se vencedor da primeira edição, realizada no Largo do Kinaxixi, em Luanda. Entretanto, de lá para cá, o União Mundo da Ilha é o “campeão dos campeões”, com 14 títulos conquistados, seguido do União Kiela (com cinco prémios), do União 10 de Dezembro (quatro), do União Angola Independente (três) e do União Sagrada Esperança (três). MEL/SEC