Lobito - O músico Yannick Afroman está a trabalhar num novo single que será lançado dentro de dois meses, no estilo Rap, soube hoje, sábado, a ANGOP.
Segundo o cantor, que falava à ANGOP, ainda é prematuro revelar o título do trabalho, mas disse tudo estar a fazer para apresentar essa novidade ao mercado musical.
"Não se trata ainda de um disco, mas de um single, uma vez que o mercado mudou e as compras são feitas, na sua maioria, on-line e ainda não domino bem este sistema", explicou.
Contudo, o artista disse que no fim de cada show ou durante a interacção com os seus fãs, estes têm estado a pedir novos trabalhos.
"O conteúdo é sempre no sentido de educar a sociedade, alertando sobre as boas práticas", informou.
Na sua óptica, o mercado da música depende muito das circunstâncias, havendo momentos com muito trabalho e outros sem nada para se fazer.
Em termos de agenda além fronteiras, apontou uma ou outra actuação, dando exemplo de uma actividade que teve no fim do ano passado em Moçambique e outra para este ano em Portugal, no mês de Setembro.
Sobre a remuneração, disse não estar tão mal, embora a oferta não seja como antes, devido à actual conjuntura económica do país.
"A música, hoje, tornou-se um negócio, por isso, há muitos promotores que vão fazendo festas e isso vai proporcionando alguma oportunidade para o nosso sustento", assegurou.
Afirmou que antes da Covid-19, os artistas, além de ganharem mais, sentiam que o dinheiro "tinha mais peso".
"Hoje em dia, ganhar um ou dois milhões de kwanzas num show, já não é a mesma coisa", assumiu.
Questionado sobre a diminuição da produção do estilo Rap, Yannick afirmou que o mesmo se com todos os estilos, inclusive há artistas que estão a optar por outros, de acordo com o consumo no mercado.
Ultimamente, tem havido muita produção de música, porém, grande parte com pouca qualidade em termos de mensagem.
Relativamente à pouca qualidade das mensagens em muitas músicas produzidas actualmente, o cantor atribuiu a culpa aos comsumidores, que "aceitam qualquer coisa", e também de quem de direito por falta de algum rigor.
"Estamos sempre a apelar por mudanças para boas maneiras e práticas, mas as pessoas não querem mudar", afirmou.
Segundo o cantor, aqueles que vão fazendo música de intervenção, com consciência, estão a perder terreno, além disso, as rádios raramente passam essas músicas.
Para o artista, a sociedade precisa de modelos e as redes sociais estão a conseguir impor aqueles que acharem que merecem, sem se importar com os valores morais.
"As redes sociais trouxeram uma dinâmica diferente porque ali se criam os seus próprios heróis, mas a sociedade tem de saber distinguir o que é bom e o que é mau", alertou.
Yannick Manuel Ngombo conta já com três discos no mercado, nomeadamente "Mentalidade", "Terra terra" e "Outros mundos".
Iniciou a carreira artística em 1989, em Paris (França), fazendo "free style". Regressou a Angola em 1995, onde se juntou a Mumu e Kitess, dando origem ao grupo Afroman.
Após a morte de Mumu e a emigração de Kitness, Yannick tormou-se no único representante do grupo. TC/CRB