Porto Amboim – Estudantes que pretendem ingressar no ensino médio, no município do Porto Amboim, província do Cuanza Sul, sugeriram, esta sexta-feira, a instalação de um Instituto Politécnico vocacionado ao ensino das ciências do mar, exploração de recursos aquáticos e agropecuária.
Numa ronda efectuada pela ANGOP sobre “opções de cursos técnicos para estudantes a ingressar no ensino médio”, a unanimidade dos entrevistados prendeu-se pela necessidade das instituições de direito, instalarem cursos técnicos, aproveitando as oportunidades do mar e agropecuária local.
No município do Porto Amboim estudam este ano estão matriculados mil 959 alunos no II ciclo entre o magistério do ensino primário e os liceus.
Não possui escola técnica de pesca e agronomia nem um Instituto Politécnico e neste sentido as opções têm sido, entre outras, as cidades de Uaku Kungu (Cuanza Sul), Luanda, Moçamedes e Huambo.
“Carecemos de um Instituto Politécnico que permita-nos ingressar no ensino médio tendo várias opções e uma delas pode ser as ciências do mar, visto que somos banhados por 80 quilómetros lineares com potencialidades costeiras e piscatórias”, disse o estudante da 9ª classe, Mário João Kiteculo.
Para Faustina Marta o município necessita de cursos ligados à agricultura e pecuária, visto que possuímos perto de 80 mil cabeças de gado, o que significa que há necessidade de haver mais técnicos ligados ao curso de zootecnia para dar assistência, uma vez ser tradicional a criação de gado na localidade.
Reacção dos académicos
Instado igualmente sobre o assunto, o académico José João Adriano disse que os jovens dedicam-se fundamentalmente à pesca marinha e continental sem conhecimentos científicos e a instalação de uma escola politécnica ajudaria na formação em pesca e navegação marítima.
“O magistério forma professores do ensino primário e os liceus sem perfil de saída técnico ou profissional, daí que as autoridades devem repensar o ensino no município e instalar cursos profissionais essencialmente ligados ao mar”, rematou.
O académico Elias Katiavala sublinhou que "a vida quotidiana dos jovens está ligada ao mar e este é o momento certo para o Governo dotá-los da teoria que possuem com o conhecimento científico, nem que seja uma escola técnica de pesca e agropecuária".
Já o docente Francisco da Cunha referiu que “há muito jovens com vontade de ingressar no ensino médio, mas não há opções no município, temos aqui um vasto campo que serviria de prática no domínio do mar e continental e o Porto Amboim, e a província em particular, ganharia muito com a instalação de escolas do género”.
A ANGOP apurou da administração municipal que “contactos estão a ser efectuados com as autoridades provinciais no sentido de diversificar as opções de ensino na localidade, com o pendor ligado às ciências do mar e agropecuária”. LC/VIC