Luanda - Pelo menos 15 pedonais vão ser construídas, nos próximos tempos, ao longo do Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL), para facilitar a travessia dos cidadãos que vivem nos bairros adjacentes a este troço ferroviário.
O facto foi anunciado à imprensa esta terça-feira, em Luanda, pelo responsável do Conselho de Administração do Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL), Manuel Kandakanda, no final da visita de constatação do Presidente da República, João Lourenço, às obras da linha férrea que liga a estação do Bungo, à baixa da cidade, ao Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto (AIAAN) e do troço rodoviário Aeroporto/Zango 5.
O gestor do CFL referiu que com a instalação das novas pedonais, enquadrada no projecto de segregação da instituição, o número de infra-estruturas do género aumentará de 25 para 40, reforçando o nível de segurança e comodidade dos peões.
Quanto à entrada e saída de viaturas aos bairros ao longo do CFL, adiantou que, numa primeira fase, vai continuar a funcionar as actuais cancelas nas passagens de nível, prevendo-se a construção de passagens aéreas para veículos em 2025, com vista a evitar a intersecção entre as vias rodoviária e ferroviária.
“Além da segregação do caminho-de-ferro, para termos esta via livre e segura, tem de haver uma separação entre a via rodoviária e a linha férrea, permitindo a circulação de viaturas por cima da ferrovia”, acrescentou.
Segundo Manuel Kandakanda, a par da vedação, a linha férrea precisa de estradas de serviço para os bombeiros, ou remoção de resíduos sólidos, e atender qualquer emergência.
Ainda no âmbito da segurança ferroviária, esclareceu que a linha está preparada para o comboio circular com uma velocidade máxima de 120 km/h, mas, inicialmente, a velocidade para o aeroporto será de 50 km/h, nos pontos mais críticos, e 90 km/h, nas zonas sem constrangimentos.
Essas distâncias serão percorridas em cerca de uma hora, enquanto durar as obras ao longo do caminho-de-ferro, tempo que será reduzido para 45 minutos, quando concluir-se os trabalhos e terminar os pontos de “conflito” no percurso, segundo o PCA.
Por outro lado, referiu que o nível de execução física do projecto de segregação da linha férrea está avaliado em 14%, abrangendo, na primeira fase, os pontos mais conflituosos ou críticos.
Comboio com serviço expresso inicia circulação
O início da circulação do comboio expresso para o novo aeroporto, com 12 frequências por dia, está previsto para esta quinta-feira (7), com capacidade para transportar 700 passageiros em cada frequência, segundo o PCA do Caminho-de-Ferro de Luanda.
Além de ligar o novo aeroporto, através do comboio expresso, o CFL permite a circulação dos comboios de longo curso, que partem da Estação dos Musseques (bairro Tunga Ngó), no distrito do Rangel, província de Luanda, para Malanje e vice-versa, bem como um comboio de médio curso, que sai da Estação dos Musseques para o Cuanza-Norte, propriamente no Luinha, uma localidade que tem este como único meio de transporte, segundo Manuel Kandakanda.
Adicionalmente, essa linha permite a circulação dos comboios regulares suburbanos de passageiros, que fazem o trajecto Estação do Bungo/Vila de Viana.
A visita do Presidente da República nessa linha ferroviária surge cinco meses depois da sua última constatação, efectuada em Junho último, no quadro da entrada em operação de voos de passageiros no Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto (AIAAN), programada para o dia 10 deste mês, com a rota Luanda/Cabinda e vice-versa.
Durante esta visita de João Lourenço, que esteve a bordo do comboio expresso, voltou-se a constatar a existência de amontoados de lixo ao longo da linha férrea, uma acção provocada pelos cidadãos que vivem nos arredores do CFL e vendedoras que insistem comercializar produtos diversos no troço ferroviário.
Após percorrer os 52 quilómetros de comboio, que saiu do Bungo às 9h35, o Chefe de Estado desembarcou na Estação do AIAAN às 10h50, e foi também constatar as obras do troço rodoviário Aeroporto/Zango 5, onde terminou a sua visita. QCB/VC