Luanda - Os níveis de produção de pitaya na fazenda da empresa Dgil-Angola Agricultura saíram de 122 toneladas, em finais de 2011 a meados de 2012, para 200 mil quilogramas até 2020, um resultado que incentiva o aumento do cultivo das suas três espécies.
A pitaya é uma fruta tropical oriunda da América Central e passou, durante algum tempo, a ser exportada para Ásia, que, depois de descoberto o seu teor nutricional, decidiu tornar-se seu produtor, numa escala mundial ao ponto de serem confundidos como os originários.
Actualmente, as três espécies desta fruta já são cultivadas em Angola, nomedamente a Pitaya branca, com casca rosa e branca por dentro; a Pitaya vermelha, com uma cor rosa-avermelhada por fora e rosa-vermelha-púrpura por dentro e a Pitaya amarela, com casca amarela e branca, por dentro. Todas consumidas mundialmente.
Em declarações à Angop, o fazendeiro e responsável da Dgil-Angola Agricultura, Adérito Costa, diz que o cultivo desta fruta está a ser feito, por experiência piloto, nas províncias do Bengo e recentemente, em Luanda, onde dispõe de 15 hectares cultivados.
Foi em 2010, por intermédio de uma matéria publicada por um portal virtual brasileiro, que Adérito Costa decidiu apostar na iniciativa, tendo transportado do Brasil para Angola duas malas cheias de cactos, que foram lançados à terra.
Até Novembro 2011, começaram a ser comercializadas as primeiras frutas, o que despertou a sociedade.
"A nossa primeira colheita foi de 122 toneladas, isso em finais de 2011 (Novembro) para meados de 2012 (Abril). Era a fase piloto, que nos deu a motivação de continuar nessa árdua tarefa produtiva", lembra Adérito Costa.
Fazer de Angola uma potência dessa cultura é a aposta da empresa, apesar de ser uma fruta ainda pouco valorizada internamente.
"Temos muitos que nada ou pouco sabem sobre a fruta, salvo alguns que por conselho médico, substituíram o uso do fármaco insulina pelo consumo da pitaya para manter controlados os níveis da diabetes", faz saber o empreendedor, formado em agronomia e naturopatia no Brasil
Com um investimento inicial (em 2010) na ordem dos 50 mil dólares, o fazendeiro refere que, actualmente, a sustentabilidade das produções já não tem custos tão elevados, uma vez ultrapassados certos passos para se ter os campos activos.
Sem apoio de instituições financeiras bancárias, actualmente, segundo o fazendeiro, os custos operacionais variam em torno dos oito a 14 milhões de kwanzas/ano.
Sem precisar o número de postos de trabalho criados, o engenheiro agrónomo considera o cultivo da pitaya um processo exaustivo que carece de cuidados e conhecimento claro do maneio da cultura.
O processo, prosseguiu, passa em torno do estudo e análises das condições nutricionais do solo, a qualidade da água de rega, e a forma do reforço nutricional para a complementaridade evolutiva da planta.
Afirma que são consumidores da pitaya os que conhecem o alto valor nutritivo, que a fruta oferece.
Alguns supermercados, mercados informais e vendedores ambulantes revendem esta fruta, em Luanda, principalmente.
Adianta que em Angola já existem mais de nove produtores espalhadas entre Luanda e Bengo.
Em Malanje também há produção desta fruta, mas assumida por cidadãos asiáticos, precisamente chineses.
Benefícios da pitaya
Seus principais benefícios incluem a protecção das células do organismo, por ser rica em antioxidantes que protegem contra o câncer, ajuda a digestão devido à presença de sementes na polpa, combate doenças cardiovasculares, pois as sementes contêm ácidos graxos essenciais como os ômega 3.
Regula o intestino por ter oligossacarídeos (açucares formados pela união de dois a seis monossacarídeos, geralmente hexoses) que são fibras que combatem a prisão de ventre, entre outros.
A Pitaya tem tiramina, que activa um hormônio no organismo chamado glucagon, estimulando o próprio corpo a utilizar as reservas de açúcar e gordura e transformá-las em energia.