Luanda – Angola vai contar com um Centro Regional de Liderança (CRL) para liderar a produção da mandioca a nível da África Austral, visando o reforço do combate à fome e à pobreza no país, em particular, e na região subsariana, em geral.
A construção do CRL na província de Malanje, anunciada esta quinta-feira, em Luanda, pelo secretário de Estado para Agricultura e Pecuária, João Cunha, que não precisou a data, enquadra-se na implementação da segunda fase do Programa de Produtividade Agrícola da África Austral (APPSA).
Em declarações à imprensa, à margem da Reunião do Comité Directivo Regional do APPSA, o também engenheiro agrónomo considerou de extrema importância a construção do CRL, por ajudar o país a desenvolver o sector da pesquisa e, consequentemente, transmitir os conhecimentos aos operadores do campo.
“Vamos erguer de raiz um centro para a pesquisa da cultura da mandioca, um produto de crucial importância para garantir a segurança alimentar e combater a fome e a pobreza no país”, afirmou.
Além da construção do CRL, o APPSA contempla a capacitação dos pesquisadores angolanos, que estão directamente envolvidos na investigação científica.
Em geral, o amplo programa com uma dimensão regional está orçado em mais de 100 milhões de dólares norte-americanos, num financiamento do Banco Mundial.
Esse montante, avançou, vai permitir implementar um conjunto de projectos virados para a investigação científica, com vista a impulsionar o aumento da produtividade das principais culturas, como a mandioca, o milho, feijão, arroz e a soja.
Segundo o secretário de Estado, o APPSA já começou a ser implementado há cerca de dois anos, em Angola, mas verifica-se um atraso no seu desenvolvimento, devido à Covid-19 que quase paralisou a actividade económica a nível mundial.
Actualmente, explicou, o Governo está a recuperar o tempo perdido para estar alinhado com os outros países da região Austral, que já concluíram com sucesso a implementação da primeira fase do APPSA, como Moçambique, Zâmbia e Malawi.
Quanto à Reunião do Comité Directivo Regional, considerou ser um encontro de concertação que permitiu colher experiências de peritos de países que estão mais avançados e tiveram bons resultados com APPSA.
Em suma, para a segunda fase do APPSA, Angola vai liderar a tecnologia do cultivo da mandioca, ao passo que o Lesoto vai se dedicar na produção das hortícolas.
Além disso, Angola perspectiva contar com seis unidades de investigação, nomeadamente Centro de Mazozo (Luanda), Nsoso (Uige), São Vicente (Cabinda) Cela (Cuanza Sul), Chianga (Huambo) e Namibe, assim como dois Campos Experimentais Agrícolas (Tomboko/Zaire e Ceilunga/Bié).
Durante a implementação da primeira fase do APPSA (2013 a 2020), o Malawi teve a missão de se especializar no cultivo do milho, enquanto Moçambique especializou-se na produção do arroz e a Zâmbia liderou a cultura dos legumes.
Essas experiências também foram partilhadas e disseminadas nos três países, com vista a diversificar a produção nessas regiões.