Rabat - Marrocos denunciou e condenou este sábado “com firmeza” a intervenção israelita sexta-feira na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, onde confrontos entre a polícia israelita e palestinianos fizeram mais de 150 feridos.
As autoridades de Rabat também apelaram à Organização das Nações Unidas (ONU) para agir “urgentemente” face a estes acontecimentos.
“Marrocos, cujo soberano preside ao Comité Al-Qods (criado pelos países árabes para acautelar o património muçulmano em Jerusalém Oriental) condena e denuncia com firmeza a incursão das forças de ocupação israelitas na Mesquita de Al-Aqsa, o encerramento das suas portas e a agressão contra os fiéis na Esplanada das Mesquitas”, lê-se num comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros marroquino.
Confrontos entre manifestantes palestinianos e polícias israelitas na manhã de sexta-feira na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, provocaram ferimentos em pelos menos 153 civis palestinianos e três polícias israelitas, segundo as equipas de socorro.
Estes incidentes na Cidade Velha de Jerusalém Oriental - um sector palestiniano ocupado desde 1967 por Israel - coincidiram com a segunda sexta-feira do mês sagrado muçulmano do Ramadão.
Esta é a primeira declaração marroquina a condenar veementemente a intervenção israelita contra os palestinianos desde o restabelecimento das relações diplomáticas entre Rabat e Telavive, em 2020.
O ministério classificou a intervenção israelita de “agressão flagrante e provocação metódica” durante o mês do Ramadão, que “instigará sentimentos de rancor, ódio e extremismo, enquanto destrói as hipóteses de reavivar o processo de paz na região”.
Marrocos pediu à ONU e à comunidade internacional que intervenham “com urgência” para pôr fim a estas “agressões contra o povo palestiniano desarmado e contra os seus valores sagrados”.
Dezenas de marroquinos participaram, sexta-feira à noite, num protesto a condenar a intervenção israelita em Jerusalém.
A violência em Jerusalém surgiu na sequência de uma série de ataques em Israel e de operações israelitas na Cisjordânia, outro território ocupado desde 1967 pelo Estado judaico.
Desde 22 de Março, Israel foi atingido por quatro ataques, os dois primeiros por árabes israelitas ligados ao grupo extremista Estado Islâmico e os outros dois por palestinianos da região de Jenin, na Cisjordânia, que provocaram 14 mortos.