Luanda - O Presidente da República, João Lourenço, rendeu, esta quinta-feira, em Luanda, homenagem ao nacionalista Rui Mingas, falecido quinta-feira última, em Portugal, considerando que o seu passamento físico empobrece o país.
No velório, realizado no Quartel General do Exército, o Chefe de Estado escreveu no livro de condolências os feitos de Rui Mingas como nacionalista, desportista, diplomata, deputado e reitor de uma universidade privada.
Adiantou que, em várias frentes e em diversas funções, o finado representou com talento e dignidade o país, começando por elevar o nome de Angola no atletismo profissional e, desde muito cedo, se afirmou como compositor e cantor, incluindo do Hino Nacional, e como símbolo da resistência contra o poder colonial.
João Lourenço lembrou que já na Angola independente Rui Mingas exerceu cargos de responsabilidade política, tendo sido deputado e secretário de Estado para Educação Física e Desporto.
Pouco antes, depois de entoado o Hino Nacional, o Chefe de Estado, acompanhado da Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, inclinou-se perante a urna com os restos mortais do inditoso e depositou uma coroa de flores, tendo transmitido sentimentos de pesar à viúva e aos órfãos.
Por sua vez, a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, escreveu no livro que os feitos de Rui Mingas na política, na diplomacia, no desporto e na arte transcendem fronteiras e engrandecem a pátria.
Adiantou que a partida de um nacionalista da envergadura do Rui Mingas deixa um vazio insuprível.
A Assembleia Nacional referiu, num elogio fúnebre, que os deputados inclinam-se ante a memória de Rui Mingas pela obra que perdura por uma Angola justa e desenvolvida.
Por sua vez, o embaixador Marcos Barrica sublinhou que o finado, enquanto chefe da missão diplomática em Portugal, teve papel preponderante para o prestígio e bom nome da “pátria-mãe”, num contexto de grande transformação política com a extinção da União Soviética e da unificação alemã.
Na mensagem de condolências, em nome do Ministério das Relações Exteriores, sublinhou o papel desempenhado naquele período de relativa hostilidade contra Angola em Portugal e o facto de ter participado das negociações para a assinatura dos acordos de paz de Bicesse, em 1991.
Falecido por doença, aos 84 anos de idade, Rui Mingas vai a enterrar na sexta-feira, no cemitério Alto das Cruzes, na capital angolana.JFS/MCN