Luanda - Angola assinala, este sábado, o Dia dos Mártires da Repressão Colonial em homenagem a milhares de cidadãos nacionais, indefesos, massacrados a 4 de Janeiro de 1961, na Baixa de Cassanje, província de Malanje, pelo então regime colonial português.
Sessenta e quatro anos depois, os angolanos continuam a recordar os milhares de compatriotas assassinados pela Força Aérea Portuguesa, que lançou bombas incendiárias onde se encontravam trabalhadores em protesto contra as péssimas condições laborais nesta região.
Dados referem que milhares de trabalhadores das plantações de algodão da empresa luso-belga COTONANG participaram na revolta da Baixa de Cassanje, protestando contra as duras condições de vida, de trabalho e a constante repressão do patronato e a obrigação da cultura única.
A "revolta" foi dominada pelos colonialistas com bombas de "napalm", matando cerca de vinte mil autóctones e destruídas 17 aldeias.
Desta forma, a data tornou-se um marco na luta pela independência dos angolanos, por ser o episódio mais relevante de contestação das condições de trabalho impostas sob domínio colonial, quer pelo número de vítimas, pela sua duração, como pela adesão de pessoas.
É ponto assente que o massacre da Baixa de Cassanje marcou o início da contestação à ocupação colonial e à exploração dos angolanos.
Esses acontecimentos na província de Malanje estarão sempre ligados aos angolanos, pois fazem parte da história da insurreição que culminou na conquista da Independência Nacional proclamada a 11 de Novembro de 1975.
Ele despertou a consciência dos nacionalistas angolanos e acabou por ser o germe do movimento que a 4 de Fevereiro de 1961, proporcionou o início da luta armada de libertação nacional, em Luanda.
Apesar desta data ser considerada um marco importante da história recente de Angola, deixou de ser feriado nacional e passou a ser uma data de Celebração à luz de uma lei adoptada em 2011 pela Assembleia Nacional.
O diploma, que revogou a Lei 7/03 de 21 de Março, visou diminuir o número de feriados e introduziu as datas de Celebração Nacional, como forma de garantir a comemoração ou celebração de determinadas efemérides, as quais o 4 de Janeiro, sem que haja suspensão da actividade laboral. VIC/SC