Luanda - Angola reiterou, esta quarta-feira, na sede da ONU, em Nova Iorque, o seu apelo para o fim imediato do embargo económico, comercial e financeiro imposto a Cuba pelos Estados Unidos da América.
De acordo com uma nota de imprensa, enviada à ANGOP, o representante-adjunto de Angola na ONU, Mateus Luemba, defendeu que o referido embargo não se conforma com os propósitos e princípios consagrados na Carta das Nações Unidas e nas obrigações dos Estados ao abrigo do Direito Internacional.
O diplomata falava na reunião plenária da Assembleia Geral da ONU sobre a necessidade de se acabar com o embargo económico, comercial e financeiro contra Cuba.
Mateus Luemba sublinhou que o embargo e as medidas coercivas unilaterais impostas ao povo cubano constituem actualmente, uma das questões diplomáticas candentes na arena multilateral, realçando que, durante anos, a maioria dos estados-membros têm defendido o seu fim imediato e incondicional.
Os Estados membros têm manifestado preocupação com o facto de, apesar das várias resoluções terem sido adoptadas pela Assembleia Geral da ONU nesse sentido, a situação permanece inalterada.
Observou que Cuba continua a enfrentar grandes dificuldades económicas e sociais com as restrições às importações e exportações, incluindo produtos alimentares e farmacêuticos, devido às medidas restritivas e discriminatórias, assim como, às barreiras injustas que impedem a implementação de programas macro-económicos e a plena integração do país no Sistema do Comércio Internacional.
“Este embargo tem implicações graves na capacidade de Cuba atingir os objectivos de desenvolvimento sustentável até 2030, com risco de o país ser deixado para trás. Além disso, o bloqueio financeiro tem implicações extra-territorial em terceiros mercados”, ressaltou.
Referiu que a Cimeira do Futuro, recentemente realizada em Nova Iorque, fez um vibrante apelo para o reforço da cooperação sobre desafios críticos e colmatar lacunas na governação global, sendo fundamental que sejam respeitados, preservados e promovidos os princípios da Carta das Nações Unidas e as disposições do direito internacional.
Esses valores, avançou, constituem a essência do multilateralismo e um esforço colectivo para manter a paz e a segurança internacional, o crescimento económico e o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais.
Na sua intervenção, Mateus Luemba apelou, também, à necessidade da retirada imediata de Cuba da lista de Estados que alegadamente patrocinam o terrorismo.
Por outro lado, destacou a importância estratégica do diálogo e do respeito inequívoco do Direito Internacional para a resolução pacífica e sustentável de conflitos e disputas.
Neste contexto, encorajou os Estados Unidos da América e Cuba a engajarem-se num diálogo construtivo para construir e consolidar uma nova era de cooperação, baseada nos princípios do respeito mútuo e igualdade soberana para o benefício de ambos os países e seus respectivos povos. FMA/VIC