Huambo - O vice-governador para o sector Político, Social e Económico da província do Huambo, Angelino Elavoco, realçou, esta quinta-feira, o fomento das pequenas e médias empresas, para a inclusão económica e promoção do desenvolvimento sustentável.
O responsável falava no workshop sobre “O acesso ao crédito bancário no âmbito do agro-negócio”, promovido pelo Governo da província do Huambo, no quadro da implementação das estratégias de desenvolvimento social e económico.
O vice-governador disse que a consolidação da estrutura económica actual da região assenta-se numa lógica de transformação dos recursos naturais disponíveis em abundância, com foco no desenvolvimento das potencialidades agrícolas locais e na dinamização das pequenas e médias empresas em todas as escalas da cadeia produtiva.
Com este processo, explicou, torna-se viável, robusta e inclusiva a economia local, numa altura em que, ainda, a segurança alimentar está aquém dos níveis que atendam aos desígnios da auto-suficiência, apesar de existir sinais positivos de crescimento na cadeia produtiva desta região.
Salientou que a existência de um mercado consumidor em ascensão é outro desafio que tem de ser atendido com uma resposta prática e objectiva no domínio da produção de bens alimentares, para a sustentabilidade da economia.
Angelino Elavoco enfatizou que o Governo tem realizado um conjunto de políticas públicas para a produção interna de bens e serviços, por via da estimulação da economia e da dinamização do potencial crescimento, com a aproximação dos recursos financeiros junto das instituições bancárias ou entidades similares, para a produção efectiva.
Apelou aos empresários e às cooperativas ligadas ao agro-negócio a compreenderem as exigências bancárias e as ferramentas essenciais, para terem acesso ao crédito.
O responsável solicitou as organizações bancárias a serem sensíveis nas suas decisões, para financiarem as iniciativas voltadas à diversificação da economia, na perspectiva da concretização destes projectos, para a estabilidade dos preços, sobretudo, dos produtos alimentares de amplo consumo.
Por sua vez, o director do gabinete da Agricultura na província do Huambo, Toni Camuti, admitiu existir burocracia excessiva no acesso ao crédito bancário, situação que tem colocado de parte vários produtores individuais e famílias agrícolas, envolvidas na produção alimentar na ordem de 80 por cento.
Explicou que, apesar de tudo, existem títulos provisórios de concessão de terras como garantia, mas a maioria das instituições bancárias comerciais negam esta documentação e as famílias camponesas escapam dos créditos bancários, para poderem participar nos programas de diversificação da economia.
Frisou que os títulos de concessão de terra não poderiam ser instrumentos impeditivos de créditos bancários, principalmente, das famílias camponesas com maior nível de produtividade na região, pois é importante que as instituições financeiras possam ajudar as famílias camponesas na elaboração de estudos de viabilidades de projectos.
Ao intervir no evento, o administrador executivo do Banco Internacional de Crédito (BIC), Aleixo Afonso, precisou que a instituição, em várias ocasiões, tem se deparado com projectos de agro-negócio sem boa estruturação, para atribuição de créditos, daí que muitos dos projectos são rejeitados para se beneficiarem de valores financeiros.
Informou que para a província do Huambo foram aprovados , com êxito, apenas dois projectos, um no sector industrial com um investimento de 850 milhões de Kwanzas e outro no ramo agro-pecuário, avaliado em mil milhões e 100 milhões de Kwanzas.
O gerente do Banco de Negócios Internacional (BNI) na província do Huambo, Agostinho Gonçalves, esclareceu que a falta de contabilidade organizada, a análise de risco e documentos fundamentais, por parte das famílias camponesas, têm inviabilizado o acesso crédito bancário.
Adiantou que a nível do país a instituição bancária disponibilizou 40 milhões de Kwanzas para 35 produtores familiares.
O evento abordou temáticas sobre o acesso ao crédito bancário e o seguro agrícola.
Essencialmente voltada para a área de extracção mineral e agro-pecuária, que representa 76 por cento da actividade económica local, na província do Huambo são controladoras16 projectos de prospecção minerais, entre diamante, ouro, cobre, metais ferrosos e terras raras. LT/ALH