Lobito - A futura refinaria de açúcar do Grupo Carrinho, localizada no seu complexo industrial de Benguela, beneficiou de um financiamento alemão de cerca de sessenta milhões de euros, soube a ANGOP, esta quinta-feira.
No fim de uma visita à infra-estrutura, o embaixador alemão Stefam Traumann, explicou que além do financiamento do seu país, através do Deutsche Bank, também teve a comparticipação do Banco de Fomento de Angola (BFA).
Neste momento, a fábrica está a ser erguida. O diplomata mostrou-se satisfeito com o ritmo de trabalho e manifestou esperança do projecto alcançar o sucesso pretendido.
Por sua vez, o embaixador italiano, Marco Ricci, afirmou que a Italia apoia o Corredor do Lobito com um financiamento de 320 milhões de dólares.
"Temos vários instrumentos e um deles é a Agência italiana de exportação que facilita o financiamento a médio e a longo prazo para a compra de equipamentos italianos por estrangeiros, como é o caso do grupo Carrinho, que beneficiou de 57 milhões de euros para compra de maquinaria ao grupo Ambrioti, destinado ao tratamento de soja e girassol", revelou.
Na mesma senda, enfatizou que este será o maior investimento deste tipo em toda a África austral.
Segundo o embaixador, este investimento vai permitir a diversificação económica e a redução das importações feitas por Angola.
Marco Ricci disse que, além do grupo Carrinho, há outras empresas que podem vir a ser beneficiadas.
"Ontem visitamos o grupo Afro-British que também já beneficiou de um crédito para a compra de maquinaria italiana", disse.
Por sua vez, o representante do Grupo Carrinho, Rui Santos, fez uma abordagem sobre a actual situação das fábricas aos embaixadores, afirmando que o complexo industrial está dividido em três fases.
A fase um (1) com cereais e os restantes alimentos, a fase dois (2) com gorduras e óleos e a fase três (3) com a refinaria de açúcar e a fábrica de extracção de soja.
"As fases um e dois estão completas, já produzem há varios anos 24 horas por dia", explicou.
Na fase três, referiu, existe a fábrica de extracção de soja que estará operacional no segundo semestre de 2026 e a refinaria de açúcar que vai começar a produzur nos primeiros meses de 2027.
Disse ainda que nas fases um e dois o Grupo Carrinho conseguiu transformar 1,5 milhões de produtos por dia, enquanto que na fase três, para a extracção de soja, terá uma capacidade de produção de quatro mil tonelafas diárias, e a refinaria de açúcar com três mil e quinhentas toneladas por dia.
A prioridade para o escoamento do produto é o mercado nacional, para que o país deixe de importar o açúcar e outros produtos fabricados na Carrinho, segundo o responsável.
"Depois de garantirmos a autossuficiência para o país, aí vamos pensar na exportação", concluiu.
Um grupo de 17 embaixadores e o encarregado de negócios dos EUA para Angola e São Tomé e Príncipe, James Story, está de visita à região centro do país para constatar as potencialidades do Corredor do Lobito.TC/CRB