Luanda - Vinte jovens ex-delinquentes, com idades entre os 13 e 20 anos, foram cadastrados, durante um mês, pelo Conselho Nacional da Juventude (CNJ), para beneficiarem de formação técnico profissional, com vista a abandonarem a práticas criminosas no Rocha Pinto e Prenda, no distrito urbano da Maianga.

A informação foi prestada hoje, sexta-feira, em Luanda, pelo secretário-executivo do CNJ na zona, Cândido Baixa “Strong”, durante um encontro de reconciliação entre oito grupos de marginais que, após fazerem as pazes, comprometeram-se publicamente a deixar as rixas e outras acções criminais.

Segundo o responsável, depois dos vídeos sobre “as lutas” na Avenida 21 de Janeiro entre jovens do bairro Huambo (Rocha Pinto) e Sagrada Esperança (Prenda), que se tornou viral nas Redes Sociais, o Conselho, com apoio da Polícia Nacional, passou a trabalhar com eles e estão a ser acompanhados.

“Os jovens vão frequentar cursos distintos, mormente de corte e costura, electricidade, serralharia” – explicou o secretário-executivo do CNJ.

De acordo com esse líder juvenil, neste momento, o Conselho continua a trabalhar com os cadastrados para os sensibilizar a abandonarem essas práticas, visto que muitos estão presos e outros perderam a vida, quando deviam se dedicar aos estudos para contribuírem para o desenvolvimento do país.

Por sua vez, o porta-voz da Polícia em Luanda, Nestor Goubel, valorizou este primeiro acto do género na Maianga e a iniciativa do Conselho Nacional da Juventude, reafirmando que “a corporação continuará a realizar acções pedagógicas para mobilizar os jovens a abandonarem as ondas das lutas”. 

Durante o evento, o superintendente reiterou também a continuação da sensibilização para conter estes actos nos bairros do Catinton, Huambo, Vala, Rua do Café, Avenida 21 de Janeiro (Rocha Pinto), Prenda e outras zonas, onde os munícipes ainda enfrentam dificuldades de segurança.

Na ocasião, representantes destes oito grupos, que se abraçaram, apresentaram mais de 20 catanas, 16 facas, picaretas, machados, paus, garrafas e outros meios usados nas lutas. 

De seguida, essas armas brancas foram entregues à Polícia Nacional, demonstrando, com o gesto, comprometimento para pôr fim a este comportamentos.

O encontro juntou os grupos “Os BG”, “Time Vôlei”, “A Marca M”, “A Classe SV”, “A Dop Gippo”, “Os 5 Mais Betinhos”, “Os H Betinho” e “AFTG”, e foi testemunhado por dirigentes locais e encarregados de educação, nomeadamente mães, tias e irmãos destes menores e jovens que lutavam habitualmente nas ruas.