Luanda - Os especialistas nacionais e internacionais concluíram, esta quinta-feira, em Luanda, a proposta do Plano Integrado de Apoio à Segurança Nuclear.
Durante o encontro, que durou quatro dias, foram discutidas questões relacionadas com a avaliação de ameaças e riscos, tendo sido ressaltado a necessidade do país fazer uma avaliação nacional sobre essas ameaças, a identificação de riscos e o estabelecimento das medidas de Segurança Física Nuclear em todo território nacional.
Entre os potenciais riscos, destaque recaiu para as ameaças internas, tais como para as empresas contratadas, funcionários, guardas e vigilantes.
Relativamente ao regime de protecção física, foram abordadas questões como o uso, armazenamento e transporte de materiais radioactivos e a necessidade de se estabelecer e manter actualizado o inventário nacional de materiais nucleares e radioactivos, bem como elaborar uma abordagem gradual sobre o sistema de comunicação, de modo a se identificarem os riscos associados às instalações licenciadas pelo Órgão Regulador.
Neste quesito, foi ainda ressaltada a necessidade do país instalar juntos dos postos fronteiriços medidas de segurança, como portais para detecção e prevenção de possíveis acções maléficas.
Sobre a detecção de actos criminosos e outros não autorizados, envolvendo Material Fora do Controlo Regulatório (MORC), ficou sublinhado a importância do país assumir o compromisso nacional para desenvolver e implementar uma Arquitectura de Detecção de Segurança física (NSDA), envolvendo os ministérios afins e incluindo programas de avaliação de ameaças internas e externas.
Quanto as recomendações, os peritos apontaram a necessidade de se implementar o Plano Nacional sobre Resposta a Emergência Radiológica e Nuclear, elaboração de memorandos de entendimento com todas as instituições relevantes no plano de emergência radiológica e a criação de mecanismos para formação de decisores em matéria de Segurança Nuclear.
Propuseram ainda o estabelecimento de um memorando de entendimento com países vizinhos para cooperação em matérias de Segurança nuclear, bem como tornar o órgão regulador independente na tomada de decisões.
Neste momento, segundo o director da Agência Reguladora de Energia Atómica de Angola (AREA), Pedro Lemos, após a finalização do primeiro draft, os membros associados da entidade reguladora vão rever o documento e enviá-lo ao departamento de segurança nuclear da Agência Internacional de Energia Atómica para darem as suas contribuições.
Depois deste passo, o documento será submetido ao Executivo para aprovação e a sua execução terá um horizonte temporal de quatro anos.
O Plano Integrado de Apoio à Segurança Nuclear (INSSP) permite ao país identificar e priorizar suas necessidades de segurança nuclear.
A energia nuclear, chamada também de energia atómica, é um tipo de energia produzida por meio de reacções que acontecem no núcleo dos átomos de elementos pesados e alteram a sua estrutura.
O elemento pesado usado mais comumente é o urânio. Esse processo libera uma enorme quantidade de energia, a qual apresenta diversas aplicações, sendo uma delas a geração de eletricidade. ANM/ART