Luanda – O Ministério da Educação (MED) reafirmou, este sábado, a aposta do Executivo no processo de ensino de adultos (alfabetização) como forma de garantir a escolarização de todos os angolanos.
Em mensagem alusiva ao Dia Internacional da Alfabetização, a assinalar-se a 8 deste mês, o MED aponta que, apesar das restrições impostas para fazer face a prevenção e combate à pandemia da Covid-19, a aposta é levar o processo a todos os recantes do país para permitir o acesso ao sistema de ensino e aprendizagem a todos os cidadãos, sem excepções.
Para o efeito, o MED destaca a implementação do Plano de Acção Para Intensificação da Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (Plano EJA-Angola 2019 - 2022).
O plano implementa três projectos, designadamente, a erradicação do analfabetismo em Angola, redução do atraso escolar no ensino primário e secundário, bem como na formação profissional e orientação vocacional.
Dados apontam que, em 2020, 4 milhões de cidadãos, em Angola, perderam as aulas de alfabetização e recuperação escolar devido à pandemia da Covid-19.
"Estes jovens e adultos, com baixa ou nenhuma habilidade de leitura e escrita, tendem a ser mais vulneráveis na gestão da sua saúde, trabalho e vida”, lê-se na mensagem.
Conforme o departamento ministerial, à Covid-19 é o maior desafio já imposto aos sistemas de educação e ensino, pois obrigou a uma interrupção das actividades lectivas a uma escala global, afectando mais de 1, 6 mil milhões de alunos.
A pandemia e suas repercussões, adianta, ampliaram as desigualdades pré-existentes no acesso às oportunidades significativas de aprendizagem de alfabetização, afectando desproporcionalmente jovens e adultos.
A perspectiva, em 2020, era alfabetizar cerca de 500 mil cidadãos, tal como aconteceu em 2019, mas infelizmente as aulas foram interrompidas devido à Covid-19.
O processo de alfabetização de adulto tem duração de quatro meses e os da categoria pós alfabetização são de 18 meses divididos em duas etapas.
A de alfabetização em Angola teve início em 1976, lançada pelo primeiro Presidente da República, António Agostinho Neto. Nessa altura, o país contava com um índice de analfabetismo da população economicamente activa estimado em 85 por cento, sendo que hoje está na ordem dos 24 por cento.
O Dia Internacional da Alfabetização foi instituído em 1967 pela UNESCO.