Zango - Um memorando de entendimento foi assinado esta terça-feira, em Luanda, entre a Zona Económica Especial (ZEE) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), com vista à exportação de produtos fabricados neste parque industrial angolano para os mercados sul-africano e norte-americano.
Rubricado pelo presidente do Conselho de Administração da ZEE, Manuel Pedro, e o representante da USAID em Angola, William Butterfield, o documento foi celebrado no âmbito do Programa de África para o Comércio e Investimento (ATI) dos EUA e terá como executora a Empresa de Desenvolvimento Internacional - DAI Global, contratante principal da USAID.
O memorando vai promover o aumento das exportações de produtos agrícolas e não agrícolas, impulsionando a expansão da produção em sectores-chave da economia nacional, assim como facilitar as trocas comerciais.
Na ocasião, Manuel Pedro disse que os dois países têm estado a elevar a relação política e, com isto, há mais abertura nas relações económicas, pelo que o memorando vem dar corpo sobre a forma de exportação de produtos para os EUA.
Segundo o gestor, olhando para os investimentos no corredor do Lobito, este processo vai atrair empresas americanas para se instalarem na ZEE e exportarem, a partir daí, a sua produção, além de transmitirem conhecimentos às empresas já instaladas.
Por sua vez, o representante da USAID em Angola, William Butterfield, considerou que o país tem uma localização privilegiada em África, o que lhe posiciona como um “interveniente-chave” no comércio regional, com forte potencial de crescimento das exportações no continente e fora dele.
O maior exemplo deste potencial é, obviamente, o Corredor do Lobito, disse.
Para si, a decisão de Angola de liberalizar o sector dos transportes através de um concurso aberto, competitivo e transparente para a concessão do caminhos-de-ferro despertou um interesse sem precedentes no investimento directo estrangeiro, atraindo milhares de dólares, liderados pelos Estados Unidos.
O sector agrícola de Angola, em particular, tem um potencial para a expansão das exportações, oferecendo fortes oportunidades para o comércio regional e global.
A USAID, através do seu projecto de apoio às mulheres rurais em Angola (AMAR), está a ligar os pequenos agricultores das comunidades ao sector privado, aumentando a produtividade agrícola e comercializando a produção para aumentar os rendimentos e melhorar os meios de subsistência.
“Este memorando de entendimento estabelece uma base sólida para uma parceria estratégica com o programa de Comércio e Investimento da USAID para África, com o objectivo de promover oportunidades comerciais e aumentar a capacidade de exportação das empresas angolanas”, disse.
No âmbito da parceria, sublinhou o lançamento de iniciativas voltadas para o potencial das exportações, especialmente por meio da Lei de Crescimento e Oportunidades para África (AGOA), que oferece isenção de tarifas ao mercado dos EUA para muitos produtos.
De acordo com o responsável, os produtos agrícolas, o café e os têxteis podem beneficiar do acesso isento de impostos ao mercado norte-americano, ajudando as empresas Angolanas a explorar novos mercados e aumentar a competitividade a nível global.
A Empresa de Desenvolvimento Internacional - DAI tem uma longa trajectória de apoio ao desenvolvimento sustentável em países em via de desenvolvimento, promovendo o crescimento económico, a inclusão social e a inovação.
Através de iniciativas de assistência técnica, capacitação e facilitação do comércio, o programa ajudará as empresas membros da ZEE a cumprir os padrões internacionais de qualidade e os requisitos de conformidade.
Além disso, a parceria irá oferecer apoio ao acesso ao mercado, ligando as empresas da ZEE aos compradores no mercado e promover a utilização da AGOA. DP/VC