Libreville- Eleitores no Gabão estão a votar na eleição presidencial, enquanto o líder militar Brice Oligui Nguema busca consolidar sua posição no poder na primeira eleição desde que liderou o golpe de 2023.

Segundo a Aljazeera, as urnas foram abertas no país às 7h (6h TMG) deste sábado, com relatos de milhares de pessoas formando filas do lado de fora das secções eleitorais em Libreville, a capital.

A votação será realizada nas nove províncias do país até as 18h (horário local). Os resultados devem ser anunciados dentro de duas semanas após a votação.

Quase um milhão de pessoas, incluindo cerca de 28.000 no exterior, estão registadas para votar nesta nação africana rica em petróleo, mas pobre, de 2,3 milhões de habitantes.

Ali Hashem, da Al Jazeera, reportando de Libreville, disse que os eleitores estão ansiosos para votar, mas estão “presos entre a esperança e o medo”.

Nguema, que foi fundamental para pôr fim a 55 anos de regime dinástico da família Bongo, liderada pelo ex-líder Ali Bongo, lidera as pesquisas de opinião. Membros da família Bongo foram acusados de saquear as riquezas do Gabão.

Nguema assumiu o papel de presidente de transição enquanto supervisionava a formação de um governo que incluía civis, encarregado de elaborar uma nova constituição após o golpe de 2023.

O país vai às urnas num momento de alto desemprego, escassez constante de energia e água, falta de infra-estruturas e alta dívida governamental.

Nguema abandonou seu uniforme militar enquanto fazia campanha por um mandato de sete anos contra sete rivais, incluindo Alain-Claude Bilie By Nze, que serviu como primeiro-ministro de Ali Bongo antes do golpe.

Ele previu uma “vitória histórica” na eleição.

Mas os críticos acusam Nguema, que havia prometido devolver o poder aos civis, de não ter superado os anos de pilhagem da vasta riqueza mineral do país sob o comando dos Bongos, sob os quais ele serviu por anos.

Bilie By Nze, o principal oponente de Nguema, se apresentou como o candidato de uma “ruptura completa”.

Ele acusou Nguema, que liderou a Guarda Republicana nos anos Bongo, de representar uma continuidade do antigo sistema.

Nguema serviu como antigo ajudante de campo de Omar Bongo antes de se tornar chefe da guarda presidencial sob o comando de seu filho Ali Bongo.

Quem vencer terá que corresponder às grandes expectativas de um país onde uma em cada três pessoas vive abaixo da linha da pobreza, apesar de sua vasta riqueza em recursos, de acordo com o Banco Mundial.

A dívida do Gabão subiu para 73,3% do produto interno bruto (PIB) no ano passado e a projecção é de que chegue a 80% este ano. ADR