Lobito - A certificação do Aeroporto Internacional da Catumbela, na província de Benguela, depende de alguns procedimentos que estão a ser afinados para um melhor exercício da actividade aeronáutica, soube a ANGOP, esta quinta-feira.
A informação foi avançada à imprensa pelo ministro dos Transportes, Ricardo D'Abreu, que falava à margem do 15° Conselho Consultivo do seu pelouro, que decorre na cidade ferroportuária do Lobito.
Segundo o governante, a certificação do referido aeroporto depende de um conjunto de acções de natureza operacional, de procedimentos, revisão dos manuais, formação de recursos humanos, infra-estruturas e equipamentos, que estão em "fase avançada".
O ministro garantiu, no entanto, que a sua certificação acontece ainda este ano.
"Teremos uma infra-estrutura de excelência disponível para apoio à actividade aeronáutica, permitindo que voos internacionais venham para Benguela e que possa servir também em casos de emergência, caso haja necessidade de alguma aeronave pousar aqui por razões de segurança", esclareceu.
Ricardo D'Abreu disse que existem outras implicações do ponto de vista aeronáutico, como benefícios para outras entidades do sector, com realce para navegação aérea.
"A partir do momento em que temos outras infra-estruturas em terra capazes de assegurar este serviço, permite também que outras rotas se possam concretizar a nível do espaço aéreo, particularmente para as aeronaves que estiverem em trânsito", afirmou.
Em relação ao Aeroporto Internacional Dr António Agostinho Neto, disse que foi apresentado um plano de acções no sentido de garantir a sua operacionalização, o que está a ser cumprido.
"Na altura dissemos que iniciaria uma transferência operacional de carga em 2023 e de passageiros no final de 2024", afirmou.
Segundo o ministro, para se iniciar a operação de carga foi necessário garantir a certificação, de modo a receber voos internacionais.
"Dissemos há um ano que os voos para passageiros estão programados para o último trimestre de 2024 e isso exige que o Aeroporto esteja certificado", enfatizou.
Na sua abordagem, o governante referiu-se também ao Corredor Sul, que abrange as províncias do Namibe, Huíla e do Cuando-Cubango.
Sobre este capítulo, disse ser outra oportunidade que o país tem para dinamizar a cadeia de valores naquela região de Angola.
"Tem características diferentes do Corredor do Lobito, porque ainda não tem ligação fronteiriça", explicou o ministro, acrescentando que o seu pelouro está a preparar as condições para, no segundo trimestre deste ano, poder lançar o concurso internacional para a sua concessão.
Relativamente ao Corredor do Lobito, disse que os benefícios começam a ser visíveis, mas que não é um trabalho acabado.
Na sua óptica, esse trabalho deve ser continuado porque há obrigações do lado do concessionário e também do lado do Governo, para que o corredor possa ser impactante e robusto.
"Este é um trabalho contínuo e não vai cessar. Já começou o exercício experimental de transporte de minérios da República Democrática do Congo e da Zâmbia, com cinco carregamentos semanais, com a perspectiva desse número aumentar para se cumprir com as obrigações a nível dos volumes da concessão", afirmou.
Segundo o ministro, este factor está a criar uma dinâmica à volta do corredor, integrando outros sectores, como o agro-negócio e a indústria.
O Corredor do Lobito tem como concessionáro o Lobito Atlantic Railway, uma joint-venture formada pelas empresas suíça Vecturis, a belga Trafigura e a portuguesa Mota Engil.
Venceu o concurso internacional no dia 4 de Setembro de 2021 e assinou o contrato de concessão a 4 de Julho de 2023.
Cabotagem
Questionado sobre o serviço de cabotagem exercido a nível dos portos localizados no centro e sul do país, nomeadamente o Porto do Lobito e o do Namibe, o governante disse que o seu sector priorizou inicialmente a zona norte, com destaque para a província de Cabinda.
"A dependência da província de Cabinda em relação ao sistema de transporte é muito grande e por isso foi priorizada", disse.
Contudo, Ricardo D'Abreu admitiu que depois da consolidação desse serviço na zona norte, o mesmo poderá beneficiar a zona centro-sul do país.
"Precisamos de conseguir evoluir para o centro-sul do país", informou.
O ministro fez questão de afirmar que o projecto de cabotagem não é exclusivo do Governo.
"Ele está aberto à iniciativa privada e aqueles que quiserem participar do projecto, comercialmente viável, têm todas as condições para o fazer", alertou.TC/CRB