Luanda - Duas mil e 529 pessoas morreram e 12 mil e 960 ficaram feridas em 11 mil e 66 acidentes de viação ocorridos em Angola de Janeiro a Outubro deste ano.
A informação foi fornecida este domingo pela Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, depois de uma marcha em alusão à 15ª edição do 20 de Novembro, Dia Mundial em Memória às Vítimas de Estradas, sob o lema “Agir já é salvar vidas nas estradas”.
A dirigente disse que em Angola os acidentes de trânsito são a segunda maior causa de morte e primeira de deficiência física.
Este facto, apontou, representa um preço insuportável, causando muita dor e sofrimento às famílias e não estimula a economia nacional, face às perdas prematuras com a redução da força motriz, geradora de desenvolvimento e com impactos negativos sobre os indicadores de Desenvolvimento Humano.
Segundo Esperança da Costa, a frieza destes números é preocupante e deve servir de alerta, pois se precisa fazer mais e melhor para se reduzir, significativamente, os acidentes nas estradas, prevenindo em pelo menos 50% o número de vítimas mortais até 2030, meta definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com esta efeméride, que decorre sob o lema “Agir já e Salvar Vidas nas Estradas”, adiantou que se pretende não só honrar a memória das vítimas das estradas, mas consciencializar os cidadãos sobre a necessidade de uma reflexão profunda e de acções concretas, visando a redução dos índices da sinistralidade rodoviária.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), os acidentes de viação provocam, anualmente, mais de 1,3 milhões de mortes evitáveis e cerca de 50 milhões de feridos, tornando-se a principal causa de morte de crianças e jovens em todo o mundo.
Ainda, segundo estimativas da OMS, caso não haja alterações na forma de enfrentar esta realidade, nas próximas duas décadas este número poderá aumentar em 65%.
“As teorias de investigação dos acidentes rodoviários permitem afirmar que resultam da falta de harmonia ou rotura entre os três principais elementos do sistema de trânsito (Homem, Veículo e a Via), onde o Homem, sendo o condutor, passageiro ou peão, é o principal protagonista, com 90% dos acidentes provocados, quer por agir de forma negligente ou por imperícia, quer por agir de forma dolosa”, asseverou Esperança da Costa.
Desde 2007, o país tem estado a assinalar o Dia Mundial em Memória às Vítimas da Estrada, através de acções que visam promover, de forma permanente, a prevenção e segurança rodoviária.
Assim sendo, referiu, o Conselho Nacional de Viação e Ordenamento de Trânsito, órgão de consulta do Titular do Poder Executivo, junta-se uma vez mais à causa e convida a sociedade em geral a uma exaustiva abordagem do fenómeno dos acidentes de trânsito, de forma a promover-se a prevenção e segurança rodoviária.
Nesta perspectiva, efectuou-se o lançamento do novo modelo de ensino da condução e habilitação legal para conduzir, em conformidade com o Decreto Presidencial n.º 203/16, de 29 de Setembro.
Pretende-se com o mesmo, salientou a Vice-Presidente, deixar para atrás o modelo de avaliação oral, que até então tem sido praticado e que é um processo muito propenso a um conjunto de subjectividades e passar-se à implementação dos exames multimédia e/ou escrito a nível nacional.
“Não é ainda o modelo desejável, mas representa um importante passo para melhorar a qualidade dos futuros condutores e contribuir para a redução das taxas de sinistralidade rodoviária”, assegurou .
Ainda no quadro da celebração da efeméride, está programada a realização de vários workshops sobre a “Prevenção e Segurança Rodoviária”, que reunirão as instituições público-privadas, de modo geral, com prelectores e moderadores convidados e a sociedade civil, para discutir, educar e encontrar soluções que contribuam para a definição de estratégias para redução a curto, médio e longo prazo da sinistralidade rodoviária do país.